Herdeiros de grandes fortunas que brigam na Justiça para receber os valores passaram a encontrar nos últimos anos no mercado financeiro uma saída para se livrar do problema.
Modalidade de investimento ainda relativamente recente no Brasil, fundos que compram disputas judiciais envolvendo litígios entre herdeiros pelos bens deixados pelo patriarca ou matriarca da família vêm aos poucos ganhando cada vez mais espaço no mercado.
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Esses fundos costumam fazer uma oferta aos herdeiros para comprar o direito de receber o valor previsto alguns anos à frente, mediante um desconto em relação ao montante total por conta do risco de o pagamento da herança atrasar ou, eventualmente, até não ocorrer, a depender dos caminhos trilhados no meio jurídico.
Além de analisar aspectos como o prazo que pode demorar até receber efetivamente o dinheiro envolvido na disputa, qual a probabilidade de ganhar a causa e qual o valor do direito em discussão, em muitos casos também é necessário fazer um trabalho de investigação de bens que não estão listados dentro do inventário, como dinheiro em espécie, joias, obras de arte ou patrimônio mantido no exterior.
Para valer a pena considerar um investimento do tipo os fundos consideram que o valor da causa precisa ser de R$ 50 milhões para cima, diante do trabalho de análise necessário para ingressar em um processo do tipo.
O investidor que aceita o risco de esperar o curso do processo para receber o valor envolvido na disputa acaba sendo bem recompensado. Pois, a expectativa de retorno dos fundos é de 20% ao ano.
Dado o grau de sofisticação da operação, os fundos são voltados somente para os investidores classificados pela legislação de mercado como profissionais, que são aqueles com R$ 10 milhões em aplicações financeiras.