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PMEs recuam 4% em novembro em comparação com 2021

(Foto: Kampus Production/Pexels)
(Foto: Kampus Production/Pexels)
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(Foto: Kampus Production/Pexels)

Segundo os dados do Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), a média da movimentação financeira real das pequenas e médias empresas brasileiras voltou a apresentar queda na comparação anual em novembro/22, reafirmando a tendência já observada no mês anterior. No decorrer de 2022, quedas do índice na comparação anual apenas foram verificadas entre outubro e novembro, acendendo um alerta acerca de uma eventual perda de fôlego mais prolongada do mercado de PMEs no país no curto prazo.

IODE-PMEs
(Número índice – base: média 2019=100)

Fonte: IODE-PMEs (Omie)

Em novembro/22, o IODE-PMEs mostra que a média da movimentação financeira real das PMEs brasileiras recuou 4,0% na comparação com novembro de 2021. Já na comparação direta com outubro de 2022, o índice mostrou crescimento de 2,5%. Mesmo com os resultados negativos nos últimos dois meses, no acumulado do ano até novembro, o IODE-PMEs mostra crescimento de 1,9% em relação ao mesmo período de 2021.

O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de 637 atividades econômicas que compõem cinco grandes setores: Agropecuário, Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

Felipe Beraldi, gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, explica que os efeitos da subida de juros no país para controle das fortes pressões inflacionárias que atingiram a economia brasileira a partir da segunda metade de 2021, influenciaram nos resultados de novembro. A critério de comparação, a meta da SELIC (taxa básica de juros) do BCB em novembro/21 era de 7,75%, enquanto nos últimos meses a meta chegou a 13,75%. “A subida de juros dificulta a tomada de crédito para o consumo e prejudica a evolução dos investimentos em geral. Além disso, a confiança dos consumidores – medida pelo ICC-FGV – voltou a recuar em novembro (-3,3 pontos), reflexo da piora das expectativas dos agentes para os próximos meses, o que também atesta um cenário mais adverso no período para a evolução do consumo das famílias”, ressalta.

Segundo as aberturas setoriais do IODE-PMEs, o resultado negativo em novembro foi puxado pelo fraco desempenho dos setores Comércio e Serviços – segmentos com o maior volume de empresas da economia brasileira. No Comércio, a movimentação financeira retraiu 5,7% em novembro/22 na comparação anual, com quedas verificadas nos segmentos atacadista e veículos. Por outro lado, mesmo com a queda no setor em geral, o varejo voltou a apresentar crescimento em novembro (+2,3% ante nov/21), diante do efeito positivo da Black Friday sobre alguns ramos.

A movimentação financeira média real das PMEs de Serviços também apresentou fraco resultado no mês (-5,0%) frente a novembro/21. Os fracos resultados estão concentrados na ‘Saúde humana e serviços sociais’ e ‘Transporte, armazenagem e correio’, além das ‘Atividades administrativas e serviços complementares’ (tais como ‘Serviços de escritório e apoio administrativo’ e ‘Seleção e agenciamento de mão de obra).

Por outro lado, algumas atividades de Serviços registraram desempenho positivo no último mês, como no setor de Alimentação – que avançou 27,5% em novembro/22 na comparação anual. Em linhas gerais, enquanto a realização da Copa do Mundo prejudicou a evolução de alguns setores B2B, a realização do evento tem efeitos positivos sobre alguns segmentos de serviços, tais como bares, restaurantes e fornecimento de alimentos para consumo domiciliar.

Por fim, na contramão do resultado geral do mercado de PMEs, há setores que apresentaram crescimento no período recente. O principal destaque voltou a ser as PMEs da Indústria, em que a movimentação financeira real avançou 1,3% na comparação anual em novembro/22, com destaque para ‘Impressão e reprodução de gravações’ e ‘Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados’. Adicionalmente, as PMEs do setor de Infraestrutura também apresentaram resultado positivo em novembro (+3,4% YoY), puxadas pelas atividades de ‘Prestação de serviços especializados para a construção’.

Desempenho positivo do varejo restringe queda do Comércio

O Comércio registrou pelo segundo mês consecutivo um recuo na atividade, segundo o IODE-PMEs. “Com o país vivendo um ambiente de negócios repleto de incertezas, é natural que a atividade do setor desaqueça. Entretanto, esse contexto ainda não estava claro até o final do terceiro trimestre para as PMEs. Já nos últimos dois meses, o índice passou a corroborar esta tendência do mercado, com o setor apresentando recuos de 1,7% e 5,7% em outubro/22 e novembro/22 na comparação anual, respectivamente”, explica Beraldi.

Evolução do IODE-Comércio
(Número índice – base média 2021 = 100)

Fonte: IODE-PMEs (Omie)

Ainda assim, esse movimento não foi identificado no segmento varejista no mês, em linha com o que os dados prévios do IODE-PMEs mostraram no contexto da Black Friday. Assim, as PMEs do comércio varejista viram a média de sua movimentação financeira real aumentar no período (+2,3% ante novembro/21), contrapondo o resultado do setor como um todo. No período, se destacaram atividades como o varejo de ‘calçados’, ‘brinquedos e artigos recreativos’ e ‘artigos de papelaria’ – segmentos historicamente afetados pelo período promocional da Black Friday.

“Vale ressaltar que o avanço do IODE-PMEs no comércio varejista nesse contexto é importante pois confirma a importância da ocorrência da Black Fridaytambém para o mercado de PMEs, além de reforçar as expectativas positivas para alguns segmentos com as vendas relacionadas com as compras de Natal”, finaliza o gerente.

Sobre o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs)

Compreendendo a relevância das PMEs no desempenho econômico do nosso país, a Omie desenvolveu o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), que acompanha as atividades econômicas das pequenas e médias empresas brasileiras. A pesquisa da scale-up Omie é um tipo de apuração inédita entre as empresas do segmento, atuando como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, além de oferecer uma análise segmentada setorialmente do mercado de PMEs no Brasil.

Para elaborar os índices, a Omie analisa dados agregados e anonimizados de movimentações financeiras de contas a receber de mais de 100 mil clientes, cobrindo 637 CNAEs (de 1.332 subclasses existentes) – considerando filtros de representatividade estatística. Os dados são deflacionados com base nas aberturas do IGP-M (FGV), tendo como base o índice vigente no último mês de análise, com o objetivo de expurgar o efeito meramente inflacionário na série temporal, permitindo que se observe a evolução das movimentações financeiras em termos reais.