A recuperação judicial da Americanas, autorizada na última quinta-feira (19), pode ser uma das mais complexas da história recente do Brasil. De acordo com especialistas, a relação difícil com credores e fornecedores, a falta de ativos líquidos para reduzir a dívida e a possibilidade de uma fraude têm potencial para dificultar a reestruturação da varejista.
A empresa é a única varejista no setor, o que depende de capital para operar. No entanto, a empresa está em conflito com os bancos credores, que se recusaram até mesmo a financiar seus recebíveis de cartão de crédito, uma operação comum no setor.
Ativos
A companhia também não possui ativos de grande porte, como a rede móvel da Oi, que foi vendida por R$ 16,5 bilhões para competidores, para aliviar sua dívida.
A Americanas também enfrenta problemas com seus fornecedores, que podem exigir pagamento à vista para entregar as mercadorias. Sem caixa e nem financiamento para isso, a varejista pode ver sua oferta de produtos diminuir, assim como suas vendas.
Fornecedores
Segundo fornecedores, a relação deles com a varejista sempre foi difícil, com atrasos rotineiros nos pagamentos mesmo antes da atual crise. Esse problema deve se agravar, já que fornecedores são mais de 90% dos 16 mil credores da varejista, segundo especialistas.
Em uma nota, a Americanas afirmou ter uma posição de caixa “bem sólida” e que continuará a pagar seus compromissos e obrigações “nos prazos combinados.”









