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Banco Central e FED visam controlar e aumentar as taxas de juros

O primeiro dia de fevereiro foi conhecido como “super-quarta” por ter duas decisões importantes na macroeconomia do Brasil e dos EUA. O Banco Central do Brasil decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, enquanto o Federal Reserve dos EUA aumentou em 0,25 p.p., atingindo o intervalo entre 4,50% e 4,75% ao ano. As entidades financeiras avaliam cuidadosamente a economia e as decisões políticas dos governos. A inflação é a principal preocupação na decisão de aumento de juros. Com o aumento de preços, o controle vem através da elevação da taxa básica de juros. Com a inflação sob controle, o ciclo de aumento pode terminar.

A inflação dos EUA ultrapassou a do Brasil em 0,7 p.p. em 2022, alcançando 6,5%, enquanto o Brasil encerrou o ano com uma inflação acumulada de 5,79%, a segunda menor na América Latina. Mesmo assim, o CPI dos EUA em dezembro caiu 0,6% em comparação com novembro de 2022, a menor queda desde novembro de 2021, quando o índice de preços era 6,8%.

Além da inflação, as questões fiscais também são monitoradas pelas entidades financeiras, como indicadores possíveis de aumento de juros. No começo do ano, a PEC do teto de gastos preocupou o mercado financeiro brasileiro. Nos EUA, a dívida do estado chegou ao seu limite, obrigando o governo a negociar com o Congresso um aumento.

A decisão da Selic pelo Banco Central demonstra preocupação com a “desancoragem” da inflação, segundo o Boletim Focus. A entidade afirmou que a Selic poderá permanecer no atual patamar por mais tempo do que o previsto anteriormente.

“Muita gente falava que os juros poderiam ser diminuídos a partir do segundo semestre, mas agora ele poderá permanecer dessa forma até o final do ano. O BC foi firme em relação à questão fiscal, sendo categórico na subida dos juros num eventual descontrole das políticas fiscais; 13,75% não é um teto, pode vir a ser mais alto”, comenta Paulo Cunha (foto), CEO da iHUB Investimentos.

Como resultado do anúncio, as curvas curtas com vencimentos até 2024 e 2025 estão aumentando, mas com menor intensidade. O mercado acredita que, se houver uma aplicação de juros agora, a tendência a longo prazo é de juros menores ou estabilidade, indicando um controle pelo Banco Central.

“O mercado ficará atento às reações do governo em relação ao futuro da Selic. Comentários de Lula e Haddad em relação a juros altos já foram percebidos ao longo do primeiro mês da gestão petista. Na contramão, Roberto Campos Netto mostrou a independência do Banco Central com a possibilidade de novos aumentos”, comenta.

“Softlanding” como estratégia de controle

A unanimidade e a previsibilidade venceu na escolha do FED em subir 0,25 p.p a taxa de juros americana, permanecendo entre 4,50% e 4,75% ao ano. O mercado e especialistas aguardavam com certa tranquilidade a divulgação.

“É esperado que suba mais, uns 125 pontos ao longo do ano, para controle da inflação. O lado positivo é que a tese do “Softlanding” pode estar sendo confirmada; ou seja, não causar uma recessão para conseguir controlar a inflação, contudo, desaquecer a economia aos poucos, sem causar uma recessão de fato, de modo que seja possível controlar a alta inflacionária sem criar um trauma na economia; isso parece estar se confirmando”, afirma Cunha.

A curiosa situação tem fortalecido o câmbio. Os juros têm segurado o valor do dólar, mesmo com as preocupações fiscais e governamentais. A subida dos juros pelo Banco Central do Brasil e a atração de capital estrangeiro estão fazendo com que o dólar esteja caindo.

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