Há um ano, a invasão da Rússia à Ucrânia teve repercussões significativas na economia global. A guerra acelerou tendências já em curso, com a urgência de substituir fontes de energia fósseis por mais renováveis e verdes se tornando cada vez mais evidente. Como resultado, o aumento dos preços globais de energia após a invasão elevou a inflação nas economias avançadas, atingindo níveis mais altos em décadas e afetando a renda das famílias e o crescimento econômico.
O aumento da inflação levou os bancos centrais a aumentarem as taxas de juros, o que aumentou os custos de empréstimos para famílias e empresas. Apesar disso, economistas esperam que a inflação se normalize nos próximos meses, uma vez que o aumento inicial nos preços da energia seja retirado do cálculo anual do custo de vida. No entanto, os preços do gás e da eletricidade continuam mais altos do que antes da invasão.
As nações ocidentais têm trabalhado para reduzir sua dependência do petróleo e do gás russos, aumentando o abastecimento interno. Esse esforço acabou acelerando a transição para fontes de energia renováveis. De acordo com uma nova avaliação da Zero Carbon Analytics, a União Europeia conseguiu substituir quase 75% das importações de gás da Rússia, e a demanda global se estabilizou pela primeira vez.
Antes de invadir a Ucrânia, a Rússia era o maior exportador mundial de petróleo e gás natural. No entanto, sua posição mudou drasticamente desde a guerra. Os fluxos do gasoduto da Rússia para a Europa caíram 80% em apenas um ano. Enquanto isso, as alternativas mais limpas aos combustíveis fósseis russos estão crescendo rapidamente. Em 2022, a capacidade de energia renovável em todo o mundo aumentou cerca de um quarto. Tudo indica que a transição para fontes de energia mais limpas e renováveis é irreversível.