Durante uma reunião na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que expanda as conversas com o mundo político e com economistas, além de fazer novos cálculos sobre a proposta da nova regra fiscal, que substituirá o teto de gastos. A orientação foi dada durante a apresentação do texto a Lula. Participaram do encontro vários ministros e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
Lula recomendou que o Tesouro Nacional faça cálculos sobre o impacto de um dos pontos da proposta e pediu detalhamentos adicionais e simulações. Ele também pediu ao ministro que converse com mais economistas e ouça os presidentes do Senado e da Câmara.
A proposta foi considerada boa e passível de aprovação, só dependendo de ajustes. Estão previstas novas reuniões para tratar do tema nesta semana. Enquanto isso, o PT pressiona para que o novo marco fiscal não implique cortes drásticos em áreas consideradas sensíveis. Ministros da ala mais política do governo também pressionam para que a nova regra fiscal não seja tão rigorosa a ponto de barrar investimentos em obras públicas.
A proposta desenhada por Haddad tem sido mantida sob sigilo no governo para evitar críticas. No entanto, algumas sinalizações já dadas pela equipe econômica indicam que a Fazenda quer manter algum controle sobre o crescimento dos gastos, mesmo que isso seja mais flexível do que o atual teto de gastos.
