O governo do Estado de São Paulo planeja a construção de uma esplanada semelhante a de Brasília, na região central da capital. O centro administrativo seria feito em Campos Elíseos. O objetivo é mudar o atual cenário da área, onde fica a cracolândia, realizando uma série de desapropriações, demolições e construções.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, o choque urbanístico almejado pelo governo dependerá de um estudo de viabilidade que será encomendado à Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e que ficará pronto em seis meses. Se a ideia for considerada viável, cerca de R$ 500 milhões devem ser pagos em desapropriações de imóveis nas cercanias.
A maioria dos prédios desapropriados vão dar lugar a 288 mil metros quadrados de escritórios de repartições públicas que abrigarão 24 mil funcionários.
Se a ideia sair do papel, de tudo o que está construído na praça Princesa Isabel e no seu entorno, têm permanência garantida o Palácio dos Campos Elíseos, hoje sede do Museu das Favelas, e o gigante monumento equestre ao Duque de Caxias. O terminal de ônibus será transferido.
“Precisamos ter uma intervenção urbana e humana. Só urbana não resolve, só humana também não”, diz o secretário de Projetos Estratégicos, Guilherme Afif Domingos. O projeto retoma uma ideia aventada quando o próprio Afif foi vice-governador de São Paulo, de 2011 a 2014. “É uma ideia que a gente quer que vingue. O que estou colocando são premissas, que deverão ser confirmadas em um estudo aprofundado, que nunca foi feito.”
Em frente ao palacete, que deve servir de entrada para o prédio principal do governo (ainda não está definido se a residência do governador irá para o local), haverá uma esplanada gramada de quase 400 metros de comprimento, ladeada pelas secretarias e outras sedes de órgãos estaduais, nos moldes de Brasília.
Caso a mudança se concretize, a ideia do governo Tarcisio, segundo apuração da ‘Folha de SP’, é abrir mão da maior parte dos seus 56 imóveis distribuídos em diversas regiões da cidade, muitos deles no centro histórico ou em bairros valiosos para o mercado imobiliário, como Consolação e Pinheiros.
Atualmente, a gestão estadual ocupa 807 mil metros quadrados de área construída, o que dá 34 metros para cada um dos seus funcionários. Desse total, 519 mil poderiam ser alienados ou destinados a outros usos públicos. A ideia é reduzir para 12 metros quadrados de área útil por servidor, diminuindo assim custos com manutenção, limpeza e gestão dos espaços.
Estimativas, que ainda precisam ser confirmadas pelo estudo de viabilidade, apontam para um ganho de R$ 744 milhões com a venda de prédios. Na visão da gestão Tarcísio de Freitas, a conta é animadora, pois representa um ganho superior aos gastos com desapropriações.

								
											








