O pedido de suspensão do empréstimo aos Correios de R$ 20 bilhões foi protocolado, nesta quarta-feira (29/10), pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) junto ao Tribunal de Contas da União (TCU). A representação pede a interrupção das negociações entre o Ministério da Fazenda, o Tesouro Nacional e instituições financeiras até que o tribunal avalie a legalidade da operação. Segundo o senador, a estatal acumula prejuízos de R$ 7 bilhões desde 2024, o que justificaria o bloqueio imediato.
A operação de crédito, dividida em duas parcelas de R$ 10 bilhões, integra o plano de reestruturação da empresa. O projeto deve envolver bancos públicos e privados com garantia do Tesouro Nacional. Para o parlamentar, o cenário fiscal indica risco de inadimplência. “
Os sinais de colapso se intensificaram: o déficit de 2025 já supera todo o prejuízo do ano anterior”, afirmou Bolsonaro no documento encaminhado ao TCU.
Situação financeira e motivo do empréstimo dos Correios
Os Correios vivem um dos momentos mais delicados de sua história recente. A empresa encerrou 2024 com prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões. Já no primeiro semestre de 2025, o déficit alcançou R$ 4,3 bilhões, resultado da queda nas receitas de encomendas e do aumento dos custos operacionais e judiciais. Além disso, a crescente concorrência com plataformas privadas de entrega agravou a crise.
Diante desse cenário, o governo defende que a suspensão do empréstimo dos Correios atrasaria a recuperação da estatal. O crédito bilionário, conduzido pelo Ministério da Fazenda e pelo Tesouro Nacional, busca reduzir dívidas trabalhistas e investir em automação e tecnologia. Assim, o objetivo é restabelecer o equilíbrio financeiro até 2026 e preparar a empresa para voltar ao lucro em 2027.
Entenda no vídeo o prejuízo da estatal que levou ao pedido de empréstimo aos Correios:
Contexto fiscal e gestão da estatal
O TCU incluiu a ECT na lista de estatais com “alto risco de sustentabilidade econômico-financeira”. A medida reflete a dependência crescente de recursos públicos e o impacto fiscal da operação. Caso o Tesouro seja o garantidor do crédito, o endividamento bruto do governo pode aumentar. No entanto, especialistas afirmam que a aprovação da operação pode ser condicionada a metas e contrapartidas, ampliando a fiscalização sobre a gestão. Uma possível suspensão no empréstimo de R$20 bilhões aos Correios seria danosa para a estatal.
Debate político e risco eleitoral motivam pedido de suspensão
O senador Flávio Bolsonaro também pediu que o tribunal investigue possíveis motivações eleitorais na previsão da segunda parcela do empréstimo, prevista para 2026. Ele argumenta que a liberação poderia coincidir com o calendário eleitoral, levantando dúvidas sobre uso político do crédito. Além disso, a representação solicita uma auditoria completa sobre as contas dos Correios e sobre o destino dos recursos.
Até o momento, o Ministério da Fazenda e a direção da estatal não comentaram o pedido de suspensão do empréstimo aos Correios. A tramitação do processo no TCU deve seguir análise técnica antes de qualquer decisão cautelar. Fontes próximas ao órgão indicam que o relator pode determinar suspensão temporária até que haja parecer final sobre a legalidade e o impacto fiscal.
Análise institucional sobre a suspensão do empréstimo dos Correios
A suspensão do empréstimo dos Correios, caso confirmada, pode atrasar o plano de recuperação e comprometer o fluxo de caixa da estatal. Por outro lado, analistas de governança pública avaliam que a medida reforçaria a transparência e reduziria o risco de novas pressões fiscais. Por fim, a decisão do TCU será um teste importante para o controle das finanças públicas e para a política de apoio às estatais.










