A gigante do setor de aço ArcelorMittal está expandindo suas operações no complexo portuário e industrial do Pecém, no Ceará, visando a produção de placas de aço. A siderúrgica, anteriormente conhecida como CSP, agora é chamada de ArcelorMittal Pecém e tem metas ambiciosas a serem alcançadas sob sua nova gestão.
Uma das metas da empresa para este ano é operar com capacidade máxima, respeitando a estabilidade operacional da siderúrgica, segundo o líder da unidade, Erick Torres, em entrevista ao jornal Valor Econômico.
A fábrica, que começou a operar em 2016, tem capacidade de produzir 3 milhões de toneladas de placas por ano e atualmente opera em 95% de sua capacidade, destinando 30% de sua produção ao mercado interno e 70% para mercados da América Latina, Europa e outros países.
A ArcelorMittal Pecém está explorando as sinergias do novo ativo com as operações existentes, visando um valor previsto de US$ 50 milhões, de acordo com Jorge Oliveira, CEO para Aços Planos Latam do grupo. A operação foi enxugada, com um CEO, um diretor industrial e um diretor de tecnologia. Toda a área comercial foi centralizada na mesma que atende vendas de ArcelorMittal Tubarão, no Espírito Santo, e de ArcelorMittal Vega, em Santa Catarina.
Além disso, a siderúrgica está de olho nas oportunidades de produção de aço de baixo carbono, aproveitando as condições e projetos de geração de energia renovável e produção de hidrogênio verde no Ceará. Torres e Oliveira apontam que esse caminho pode abrir portas para a duplicação da oferta de placas, com novas instalações de base de hidrogênio verde, bem como novas tecnologias desenvolvidas pelo grupo na Europa e Canadá.
A aquisição da ex-CSP, por US$ 2,2 bilhões (R$ 11,4 bilhões pela taxa de câmbio de julho), permitiu que a ArcelorMittal aumentasse sua presença na produção de aço no Brasil. A transferência da gestão de Pecém para a ArcelorMittal foi aprovada pelo Cade no início de março, afastando a CSN e a Usiminas da disputa.
