O governo federal informou à Petrobras que manterá as candidaturas de dois nomes considerados inelegíveis pelos órgãos internos de governança da companhia. O MME (Ministério de Minas e Energia) insiste na candidatura do secretário de Petróleo e Gás do ministério, Pietro Mendes, e do ex-ministro Sérgio Machado Rezende, mesmo após terem sido rejeitados pelo conselho de administração por possíveis conflitos de interesse ou vedações estabelecidas pela Lei das Estatais e pelo estatuto da companhia.
Além desses dois nomes, outros dois indicados pelo governo foram rejeitados posteriormente pelo conselho. A situação tem gerado resistências internas de apoiadores do governo e culminou em uma intervenção da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que também considerou inelegíveis dois candidatos indicados pelo presidente.
A conturbada renovação do conselho da Petrobras pelo governo Lula tem gerado polêmica e, na próxima assembleia de acionistas, marcada para o dia 27 de abril, o governo terá novamente a concorrência do maior acionista individual da Petrobras, o banqueiro João José Abdalla Filho, conhecido como Juca Abdalla, e do advogado Marcelo Gasparino, que disputarão vagas no conselho.
A Petrobras alega que os pareceres do comitê que analisa os currículos e do conselho de administração “têm caráter opinativo, e não decisório” e que a assembleia de acionistas é “soberana para acatar ou não as recomendações desses órgãos”. No entanto, a CVM pediu explicações à companhia sobre a manutenção de nomes considerados inelegíveis no boletim de voto para a assembleia que renovará o conselho.









