Na segunda-feira (17), o tribunal de Paris absolveu a fabricante europeia Airbus e a companhia aérea Air France pelo acidente do voo AF447, que ocorreu em 2009 e resultou na morte de 228 pessoas. As empresas foram julgadas por homicídios culposos, mas a justiça concluiu que, apesar de terem cometido falhas, não foi possível estabelecer uma relação direta entre essas falhas e o desastre.
A decisão foi proferida em uma sala lotada de familiares das vítimas, equipes da Air France e Airbus, e jornalistas. Quando a absolvição foi anunciada, algumas partes civis se levantaram surpresas, enquanto a presidente do tribunal continuou sua leitura em meio a um silêncio sepulcral.
O voo AF447 partiu do Rio de Janeiro com destino a Paris em 31 de maio de 2009 e caiu no Oceano Atlântico após enfrentar uma série de problemas.
Durante o julgamento, a promotoria argumentou que tanto a Air France quanto a Airbus tinham conhecimento dos problemas técnicos e dos riscos envolvidos, mas não tomaram medidas suficientes para prevenir o acidente. No entanto, a defesa das empresas alegou que as falhas não foram a causa direta do desastre e que outras circunstâncias contribuíram para o trágico evento.
Após a decisão, a associação de vítimas, que representa os familiares dos passageiros, expressou sua decepção com o veredicto e afirmou que continuará lutando por justiça e responsabilização das empresas envolvidas.
A absolvição, porém, não encerra completamente o caso. Há ainda a possibilidade de recurso por parte das famílias das vítimas e, além disso, as empresas enfrentam processos civis relacionados ao acidente. No entanto, a decisão do tribunal de Paris representa um marco importante no longo processo judicial que perdura há 14 anos após a tragédia.
