Ações de empresas brasileiras apresentam menor múltiplo preço/lucro em seis anos, atraindo investidores internacionais.
Apesar da baixa confiança dos investidores brasileiros na economia do país, os estrangeiros têm mostrado otimismo e interesse no mercado nacional. Segundo levantamento da plataforma TradeMap, até 18 de abril, o fluxo de capital do exterior na B3, a bolsa de São Paulo, estava positivo em R$ 15 bilhões.
Os investidores estrangeiros estão focados, principalmente, no preço das ações das empresas brasileiras, que atualmente negociam com o menor múltiplo preço sobre lucro (P/L) em seis anos. Esse indicador atrai investidores que buscam oportunidades de investimento a preços baixos, com potencial de valorização a médio e longo prazo.
Em 2022, a bolsa brasileira registrou um recorde de recursos investidos por estrangeiros, com um aporte de R$ 100,8 bilhões em ações no mercado secundário. Esse montante é o maior desde 2016, quando a B3 começou a divulgar os dados sobre investimentos de não residentes no país.
A crescente entrada de capital estrangeiro na B3 pode ser um indicativo de que os investidores internacionais enxergam potencial na economia brasileira, mesmo diante das incertezas e da baixa confiança dos investidores locais. Esse fenômeno pode ser atribuído, em parte, ao cenário global de juros baixos e alta liquidez, que leva os investidores a buscarem oportunidades em mercados emergentes, como o Brasil.
No entanto, é importante destacar que o otimismo dos investidores estrangeiros não é garantia de crescimento econômico sustentável para o Brasil. Para que isso ocorra, são necessárias reformas estruturais e políticas públicas voltadas ao estímulo do desenvolvimento econômico, além de maior estabilidade política e social.
Enquanto a entrada de capital estrangeiro traz benefícios, como o aumento da liquidez no mercado e a valorização de ativos, é fundamental que o país também consiga atrair e manter a confiança dos investidores locais, que têm um papel importante na sustentação da economia brasileira.
A recuperação da confiança interna e a consolidação do otimismo externo podem ser cruciais para impulsionar o crescimento econômico e a geração de emprego no Brasil, contribuindo para a melhoria do cenário econômico e social como um todo.
