Durante sua participação na reunião do G7 em Hiroshima, no Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou não visualizar, pelo menos por enquanto, efeitos negativos para a Amazônia na exploração de petróleo na foz do rio Amazonas.
Lula ressaltou que a exploração ocorre em alto mar, a uma distância de 530 quilômetros da Amazônia, e que, caso haja qualquer impacto para a região, a exploração não será realizada. No entanto, ele acrescentou que tomará uma decisão somente quando retornar ao Brasil, afirmando: “Eu só posso saber quando chegar [ao país].”
Na última semana, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou o pedido da Petrobras para perfurar a bacia da foz do rio Amazonas com o objetivo de explorar petróleo na região.
Rodrigo Agostinho, presidente do instituto, destacou que todas as oportunidades foram oferecidas à Petrobras para corrigir pontos críticos do projeto, mas ainda existem inconsistências preocupantes que dificultam a operação segura em uma nova fronteira exploratória de alta vulnerabilidade socioambiental.
A decisão do Ibama gerou divisões no governo. Randolfe Rodrigues, líder do governo Lula no Congresso Nacional, optou por deixar o partido Rede, da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em razão da recusa. Rodrigues é um dos defensores do empreendimento.
Além disso, houve repercussão dentro do governo, com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendendo que a Petrobras não desista e reiterando o pedido ao Ibama, para que sejam feitos todos os esforços necessários para cumprir as condições e comprovar a adequação do projeto visando à prospecção segura e sustentável da área.
A Petrobras, por sua vez, anunciou que está analisando o apelo do ministro Silveira e reafirmou seu compromisso com o desenvolvimento da margem equatorial brasileira, reconhecendo a importância de novas fronteiras para garantir a segurança energética do país e os recursos necessários para a transição energética justa e sustentável.