O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está determinado a concentrar os esforços da pasta na reforma tributária, após a aprovação das regras do novo arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados.
“A aprovação nos dá muita confiança de que a reforma tributária é a próxima tarefa a ser cumprida. Vamos disponibilizar toda a equipe da secretaria extraordinária para auxiliar o relator”, declarou o ministro ao chegar no Ministério da Fazenda na manhã de quarta-feira (24).
A expectativa de Haddad é que a reforma tributária seja votada na Câmara ainda neste semestre. Com sua aprovação, ele destacou que o país sairá de uma década de crescimento extremamente baixo, de 2013 a 2022, e iniciará um ciclo muito promissor.
Segundo o ministro, o resultado alcançado na Câmara demonstra que o governo possui base no Congresso, dependendo do projeto em questão.
“O que ficou evidente ontem é que é possível obter um apoio expressivo dos parlamentares com um bom projeto. Dizia-se muito que a composição da Câmara e do Senado seriam obstáculos para as reformas necessárias ao país, mas estamos vendo que, com bom senso, diálogo, disposição, disponibilidade e entendimento, é possível”, afirmou.
No entanto, Haddad não estabeleceu uma relação direta entre a votação e uma base consistente para o Executivo.
“Não acredito que se possa estabelecer uma correspondência entre essas duas coisas. Penso que o Congresso conseguiu perceber nesse tema algo que pudesse se dissociar da disputa entre governo e oposição, porque estava em jogo o futuro do país. Quando o Congresso faz esse tipo de distinção, significa que ele está maduro para ajudar o Brasil”, opinou.
Questionado se a aprovação foi uma vitória do governo ou do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Haddad ponderou que “todos estão se sentindo bem hoje por terem conseguido quase 400 votos no Congresso Nacional, em um país que passou por uma década de polarização”.