O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Sem Partido), apresentou um requerimento à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, pedindo a convocação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A demanda tem como objetivo buscar esclarecimentos sobre as recentes decisões de política monetária adotadas pela instituição.
Essa solicitação ocorre no contexto da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano pela sétima vez consecutiva. A medida provocou críticas, inclusive do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que classificou como “irracional” a manutenção da Selic em um cenário de inflação a 5%.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também mostrou-se crítico em relação à postura do Banco Central. Ele destacou um “descompasso” entre a visão da autoridade monetária sobre a economia brasileira e a realidade do país, sugerindo que a instituição está “criando um problema futuro” com possíveis aumentos da inflação e da carga tributária.
Ainda assim, o Banco Central defende suas decisões, argumentando que é preciso mais tempo para avaliar o comportamento da inflação. Segundo a instituição, suas resoluções são baseadas em critérios técnicos, com o objetivo de ancorar as expectativas dos agentes econômicos. No entanto, mesmo diante de indícios de desinflação, a autoridade monetária não sinalizou se os juros começarão a ser reduzidos na próxima reunião, agendada para agosto.
A convocação de Roberto Campos Neto representa mais uma forma de pressão política sobre a atual gestão do Banco Central, que tem enfrentado críticas não só do governo, mas também do setor produtivo e de agentes do mercado financeiro.
