A arroba do boi gordo no Brasil vem apresentando sinais de recuperação que estão inspirando confiança na indústria. Após um período de excesso de oferta no primeiro semestre de 2023, os índices do final de junho indicam uma retomada promissora. Somado a isso, as exportações de carne bovina para a China retornaram à normalidade após o embargo que durou entre fevereiro e março.
A fim de desvendar o atual cenário de preços, oferta e demanda, e custos, o Agro Times procurou especialistas do setor, como Fernando Iglesias, analista de proteína animal na Safras & Mercado, Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria.
Segundo Fabbri, o mercado do boi gordo encerrou junho “com um tom positivo”, marcando o início da entressafra de capim no país. Ele explicou que a oferta de gado de pastagem vem diminuindo devido à chegada do inverno e prevê que a oferta de gado confinado em 2023 seja menor, influenciada pelos preços da arroba do boi gordo do primeiro semestre e pelos altos custos de produção.
O “boi China”, como é conhecido o boi gordo em São Paulo, tem sido negociado por R$260,00 a arroba em transações pontuais, mantendo uma referência sólida em R$255,00. “A escala de abate é o termômetro do mercado”, ressalta Iglesias, alertando para um possível período de menor oferta de animais no terceiro trimestre.
No mercado atacadista, a carne com osso tem tido boa movimentação. As cotações das carcaças casadas de vaca e novilha tiveram aumentos de 1,8% e 0,7%, respectivamente, precificadas em R$14,25/kg e R$14,90/kg. Já a cotação da carcaça casada de bovinos castrados sofreu uma queda de 0,7%, sendo precificada em R$16,12/kg.
Por fim, Fabbri projeta a continuidade da firmeza da arroba do boi gordo. “Espera-se que junho e agosto apresentem lacunas na oferta do mercado do gado gordo, mas com uma demanda aquecida à vista. Isso deverá manter o quadro atual”, conclui.
