Apesar da inflação anual de 3,16% registrada pelo país até junho, alguns itens continuam impactando o orçamento dos brasileiros, e um deles é o ovo de galinha, um dos alimentos mais consumidos no país e presente em diversas dietas. Nos últimos 12 meses encerrados em junho, o preço do ovo teve um aumento de 22,93%, a maior alta em uma década.
Em maio, a dúzia de ovos foi vendida, em média, por R$ 13,10 na capital paulista, representando um aumento de 30,9% em relação ao ano anterior (R$ 10,01), de acordo com uma pesquisa realizada pelo Procon-SP em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Diversos fatores contribuem para essa elevação nos preços do ovo:
- Custos de produção: Os grãos, como o milho, que são utilizados na ração das galinhas, tiveram uma alta expressiva no ano passado devido aos reflexos da Guerra na Ucrânia.
- Substituto das carnes: Com o encarecimento de outras proteínas, o ovo se tornou ainda mais popular na dieta dos brasileiros como uma opção mais acessível.
- Menor oferta: A alta demanda coincidiu com um período de menor produção de ovos no país, resultado da seca de 2020, que afetou a safra de milho na época e desestimulou o aumento do número de galinhas poedeiras.
No entanto, os economistas afirmam que esse cenário tem prazo de validade. A expectativa é que a supersafra prevista para este ano e a queda nas cotações das commodities ajudem a amenizar a inflação do ovo. Esse efeito já é observado na redução dos preços das carnes, proporcionando um alívio para os consumidores.