Investidores na América Latina parecem tranquilos em relação à próxima temporada de resultados financeiros no Brasil, segundo uma pesquisa realizada pelo Bank of America (BofA) com gestores de fundos regionais. O estudo sugere que o mercado já teria considerado a possibilidade de resultados mais fracos, portanto, a expectativa para os próximos balanços é mais serena.
Metade dos entrevistados espera que as revisões de lucros no Brasil se mantenham estáveis em 2023. Ademais, 76% dos participantes da pesquisa mantêm uma perspectiva otimista para o Ibovespa, prevendo que o índice poderá ultrapassar os 120 mil pontos até o final do ano. Quanto à política monetária, 75% dos gestores acreditam que o Banco Central poderá iniciar cortes na taxa básica de juros, a Selic, já a partir de agosto.
O estudo também apontou uma alteração nas preferências setoriais. Os investidores aumentaram a relevância dada ao setor de consumo discricionário, seguido pelo financeiro. Quanto às commodities, mais da metade dos entrevistados considera que os estímulos na China poderão resultar em um ligeiro aumento nos preços das matérias-primas. Apesar disso, o setor de materiais segue com o maior peso líquido na pesquisa.
Embora a temporada de resultados financeiros no Brasil não seja motivo de preocupação para os investidores, o estudo destacou que as altas taxas de juros nos Estados Unidos são consideradas o maior risco de cauda para a América Latina. Tal visão realça a importância de se acompanhar as movimentações econômicas e de política monetária nos EUA, uma vez que podem ter impactos significativos para a região.
