De acordo com o boletim Salariômetro, divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), 77,05% das negociações salariais realizadas no primeiro semestre de 2023 resultaram em reajustes acima da inflação acumulada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Essa é a maior proporção de ganho real desde 2018, quando 83,54% das negociações tiveram reajustes acima da inflação.
No primeiro semestre deste ano, o reajuste mediano foi 0,79% superior à inflação, e todos os seis meses registraram ganhos acima do INPC, conforme apontou a fundação.
O mês de junho teve 87,6% dos reajustes superando o INPC, com um ganho real mediano de 1,26%. Já a prévia de julho, com base em 73 acordos e convenções, indica que 90,4% das negociações salariais resultarão em ganhos acima da inflação, com reajuste nominal mediano de 5,0%. O INPC referente a julho ainda não foi divulgado pelo IBGE.
Quanto aos setores, a construção civil apresentou os maiores ganhos reais no primeiro semestre, com um reajuste mediano 1,67% acima da inflação. Em seguida, destacam-se agropecuária (1,17%), serviços (0,79%), indústria (0,76%) e comércio (0,07%).
Considerando as regiões do país, os destaques ficam com o Centro-Oeste (1,17%) e o Sudeste (1,07%), seguidos por Sul (0,67%), Norte (0,53%) e Nordeste (0,32%). A categoria “interestadual” obteve reajuste real mediano de 0,09%.
Na análise por estados, os maiores reajustes reais medianos foram registrados no Amapá (1,77%), Mato Grosso do Sul (1,29%) e Distrito Federal, Espírito Santo e Piauí (todos com 1,17%). Por outro lado, aparecem com menores ganhos reais os estados de Pernambuco e Roraima (0,17%), Amazonas (0,11%) e Alagoas e Bahia (0,07%).