O ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, não compareceu ao depoimento agendado para esta terça-feira, (01), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a crise financeira enfrentada pela varejista. O executivo apresentou um atestado médico informando que não está em condições de comparecer, mas os motivos não foram divulgados.
Anteriormente, Gutierrez havia solicitado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que fosse dispensado de depor na CPI, porém, seu pedido foi negado. A corte havia determinado que ele poderia permanecer em silêncio, caso optasse por não responder às perguntas. O ex-CEO já havia prestado depoimento em março perante a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), onde apresentou sua perspectiva sobre as operações e desdobramentos dos negócios da varejista. Desde então, manteve-se reservado em relação ao assunto.
Em junho, a CPI ouviu o atual presidente da companhia, Leonardo Coelho Pereira, que revelou detalhes sobre a fraude contábil que atingiu a empresa, envolvendo 30 pessoas. Conforme informações divulgadas por Coelho, a fraude contribuiu para incrementar os resultados da Americanas em aproximadamente R$ 25,3 bilhões até 30 de setembro de 2022. Esse valor foi obtido através da criação artificial de contratos de verbas de publicidade, totalizando R$ 21,7 bilhões, e da ausência de lançamento de juros sobre operações financeiras, somando R$ 3,6 bilhões.
Segundo a própria varejista, Gutierrez e outros seis ex-diretores foram apontados como líderes da fraude que resultou no rombo contábil de cerca de R$ 20 bilhões, que veio à tona logo após a saída de Gutierrez da empresa, em janeiro deste ano.
Uma nova convocação de Gutierrez para depor na CPI dependerá da decisão do presidente da comissão, o deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE). A investigação continua em busca de esclarecer os detalhes e responsabilidades referentes à crise enfrentada pela varejista.
