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CEO do Bradesco comenta sobre inadimplência e possibilidade de repasse da Selic após resultados do 2T23

Octavio de Lazari, presidente do Bradesco - Imagem: Divulgação/Bradesco
Octavio de Lazari, presidente do Bradesco - Imagem: Divulgação/Bradesco
Octavio de Lazari, presidente do Bradesco - Imagem: Divulgação/Bradesco
Octavio de Lazari, presidente do Bradesco - Imagem: Divulgação/Bradesco

Em uma teleconferência realizada para discutir os resultados do Bradesco no segundo trimestre de 2023, o CEO do banco, Octavio de Lazari, abordou questões relevantes para a instituição financeira. Entre os assuntos tratados, destacou-se a inadimplência e a possibilidade de repassar o corte da taxa Selic aos empréstimos.

Sobre a inadimplência, Lazari afirmou que, apesar da desaceleração observada no período, é ainda prematuro declarar que o pico foi alcançado. “É difícil, e acho que até por prudência, a gente dizer que a inadimplência atingiu o pico. A gente não deveria falar, mas estamos bem próximos disso ou já atingimos esse pico. E certamente após esse pico, a tendência que a gente tem é de uma redução nos índices de inadimplência”, disse o CEO em resposta aos repórteres.

Quanto ao repasse do corte da Selic, Lazari comentou que o banco está avaliando a possibilidade de reduzir as taxas em todas as linhas de crédito. Ainda não há uma decisão final, mas o objetivo é revisar cada linha e, nas que houver espaço, proceder com a redução. Ele destacou que a instituição está atenta às oportunidades e buscará agir de forma a beneficiar os clientes.

No segundo trimestre, a inadimplência para empréstimos com mais de 90 dias de atraso aumentou para 5,9%, em comparação aos 5,1% registrados no primeiro trimestre. Por outro lado, o índice de atrasos de 15 a 90 dias apresentou uma leve melhora, caindo de 4,6% para 4,4%.

Lazari mencionou que a inadimplência está um pouco mais alta devido à menor originação de crédito. A carteira de crédito do Bradesco encerrou o segundo trimestre em R$ 868,69 bilhões, com uma redução de 1,2% em relação ao primeiro trimestre, como resultado do reposicionamento da política de crédito focada em modalidades de menor risco.

Segundo semestre

Em relação às perspectivas para o segundo semestre, o CEO do Bradesco destacou a redução dos juros pelo Banco Central em meio ponto percentual, o que pode trazer um novo ânimo para a demanda por crédito. Ele observou um aumento na disposição das empresas em tomar crédito em julho.

Em relação ao retorno sobre o patrimônio (ROE), que atingiu 11,1% no segundo trimestre, Lazari afirmou que o banco pretende voltar aos patamares históricos de cerca de 20%. No entanto, ele destacou que essa recuperação será gradual, com a expectativa de que a demanda por crédito seja retomada primeiro pelas grandes empresas, alcançando posteriormente as pessoas físicas.

Reação do mercado

O mercado reagiu negativamente aos resultados do Bradesco. Os ativos BBDC4 apresentaram uma forte queda de 3,32% às 10h27 (horário de Brasília), sendo negociados a R$ 16.

O Itaú BBA avaliou o segundo trimestre do Bradesco como fraco e prevê uma recuperação lenta para o ROE da companhia, que ainda está significativamente abaixo do custo de capital.

Para o Credit Suisse, os números do Bradesco no segundo trimestre reafirmam a tese de um ambiente fraco para o crescimento de receitas. Os analistas ressaltam a melhora na qualidade dos ativos, porém, os indicadores de inadimplência ainda apontam para uma continuidade da restrição de crédito, o que pode impactar as margens financeiras por mais tempo.