A safra de algodão 2022/2023 no Brasil tem mostrado uma perspectiva otimista, sobretudo nos estados líderes de produção. Isso contrasta com o ciclo anterior, marcado por adversidades climáticas que comprometeram a produção. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o Brasil deve registrar uma colheita de três milhões de toneladas de pluma – um aumento significativo de 18% em comparação com a safra 2021/22.
Atualmente, com a expansão da lavoura para 1,67 milhão de hectares, o Brasil se posiciona entre os principais produtores de algodão do mundo, sendo superado apenas por nações como China, Índia e EUA. Nesse contexto, Mato Grosso, com um expressivo cultivo de 1,2 milhão de hectares, lidera a produção nacional.
O estado de Mato Grosso ainda será palco do XV Encontro Técnico Algodão entre 28 e 30 de agosto em Cuiabá. Esse evento, organizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), vai explorar os principais acontecimentos e desafios da safra 22/23.
Márcio Souza, afiliado ao Imamt – Instituto Mato-grossense do Algodão, destaca que embora houvesse preocupações iniciais relacionadas à precipitação em maio, as chuvas foram favoráveis, estendendo até junho na maioria das regiões. Esta precipitação foi benéfica, contribuindo para um potencial produtivo robusto e qualidade da fibra.
Entretanto, desafios como doenças e pragas requerem atenção constante. O alto índice de chuvas propiciou a proliferação de doenças como a Mancha alvo e Mofo-branco. Além disso, a incidência de pragas, como o Bicudo-do-algodoeiro, também foi observada em algumas regiões.
Em contraste, o estado da Bahia, com 312,6 mil hectares de cultivo, possui desafios distintos. Ezelino Carvalho, membro do Grupo Brasileiro de Consultores de Algodão, sugere que os produtores estejam alertas quanto ao fenômeno El Niño e seus possíveis impactos no regime de chuvas.