Mesmo após a queda da taxa básica de juros Selic, o segmento de Fiagros – fundos que direcionam recursos para as cadeias produtivas do agronegócio – continua a remunerar os investidores de forma atrativa. De acordo com um levantamento realizado pela Órama, a maioria dos fundos desse mercado entregou um retorno acima de 1% no mês de agosto.
Em média, os investidores que alocaram recursos em Fiagros obtiveram um rendimento de 1,24% durante o mês passado. É importante ressaltar que esse rendimento é líquido, já que os Fiagros são isentos de Imposto de Renda, desde que sejam negociados na B3 (Bolsa de Valores do Brasil) e possuam pelo menos 50 cotistas.
Os resultados de agosto reforçam a tendência desses fundos de superar o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é uma referência para investimentos em renda fixa. O rendimento médio dos Fiagros no mês equivale a 124% do CDI. Como comparação, o CDB (Certificado de Depósito Bancário) mais rentável emitido na primeira quinzena de agosto tinha uma taxa de 120% do CDI.
A estratégia de investimento adotada pelos Fiagros contribui para explicar por que esses fundos continuam a superar o CDI. Eles direcionam seus investimentos para CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) atrelados ao CDI. Esse tipo de investimento tende a proporcionar dividendos recorrentes mais elevados do que fundos que investem diretamente em terras.
Os dados fornecidos pela Órama indicam que apenas 13% dos CRAs presentes nas carteiras de Fiagros estão atrelados ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Em um contexto de taxas de juros mais altas, ter o CDI como indexador tem se mostrado uma vantagem significativa para esses fundos.
O mercado de Fiagros continua a apresentar desempenho positivo, oferecendo retornos atraentes aos investidores, mesmo em um cenário de queda da Selic. A estratégia de investir em CRAs atrelados ao CDI tem se mostrado eficaz, permitindo que esses fundos alcancem rendimentos superiores aos oferecidos por produtos de renda fixa tradicionais.