A recente decisão da Rússia de restringir temporariamente as exportações de gasolina e diesel para a maioria dos países, com exceção de quatro ex-estados soviéticos, está causando impactos no mercado brasileiro de combustíveis. O diesel russo, que representa mais de 70% das importações de diesel pelo Brasil somente em agosto. O movimento levanta preocupações sobre o aumento dos preços e a competitividade das distribuidoras de combustíveis.
Analistas de mercado acreditam que essa notícia exigirá um monitoramento ativo dos fluxos de diesel para o Brasil. Portanto, isso pode resultar em um possível aumento de preços pela Petrobras. Apesar disso, também pode abrir margem para encontrar outras fontes de importação.
O Goldman Sachs observa que a Petrobras utiliza o preço da oferta alternativa, incluindo as importações de diesel russo a preços mais baixos, como uma das métricas para definir os preços locais. Com a oferta limitada dessa fonte, o desconto em relação à oferta alternativa pode aumentar. No entanto, isso aumenta a probabilidade de um ajuste de preços para cima, a fim de evitar escassez no país.
Enquanto a pressão pode aumentar para a Petrobras, outras distribuidoras de combustíveis de grande porte se beneficiarão. É o caso das gigantes Vibra, Raízen e Ultrapar, que operam postos sob as bandeiras Petrobras, Shell e Ipiranga, respectivamente.
Com a impossibilidade de adquirir combustível da Rússia, as pequenas distribuidoras de combustíveis (bandeira branca) perdem a opção de comprar combustível a preços mais baixos, uma vez que a maioria delas não possui contratos de longo prazo com a Petrobras. Logo, a competição tende a diminuir para as grandes distribuidoras, que podem explorar essa vantagem em um cenário de restrição de diesel.