O MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) traz perspectivas otimistas para a economia brasileira ao projetar um superávit comercial recorde em 2023. Isso se deu em virtude de um leve aumento nas exportações e uma diminuição significativa no valor das importações de produtos, cujos preços têm mostrado uma tendência de queda nos últimos meses.
A terceira estimativa do ano, atualizada trimestralmente, prevê um superávit de US$ 93 bilhões, o que representa um expressivo aumento em relação à projeção anterior, que era de US$ 84,7 bilhões. Se confirmada, esta projeção indicará um superávit 51,2% maior do que o saldo positivo de US$ 61,525 bilhões registrado em 2022, até então o melhor resultado da história.
Fatores por Trás das Projeções Positivas
Segundo o MDIC, a projeção otimista está ancorada em dois principais fatores. Primeiro, a tendência de queda nos preços de commodities energéticas, como o petróleo, e de outros itens, como os fertilizantes, após terem atingido um pico com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Em segundo lugar, a esperada desaceleração da economia, que deve resultar em uma diminuição nas importações devido à retração do consumo.
É válido ressaltar o impacto significativo da guerra na economia global, que tem afetado diretamente as importações nos últimos meses. Dados indicam uma queda de 50,4% nos preços internacionais de adubos e fertilizantes em setembro, comparado ao mesmo mês no ano passado. Além disso, o preço médio dos combustíveis importados diminuiu 15,7%, e o preço médio do trigo, um produto significativo nas importações brasileiras, caiu 36,1%.
Projeções Detalhadas e Futuras Perspectivas
De acordo com as projeções governamentais, o saldo comercial deverá subir, uma vez que se espera que as importações caiam mais do que as exportações em comparação com os resultados de 2022. A expectativa é de que o Brasil exporte US$ 334,2 bilhões em 2023, uma leve alta de 0,02% em relação aos US$ 334,1 bilhões exportados no ano passado. Em contrapartida, as importações deverão atingir US$ 241,1 bilhões, um recuo de 11,5% em relação aos US$ 272,6 bilhões adquiridos do exterior em 2022.
Em um comunicado recente, o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, atribuiu a revisão para cima do superávit comercial ao desempenho robusto das exportações, mesmo com a queda no preço de algumas commodities. Ele também explicou que a queda nas importações se deve, principalmente, à redução da compra de bens intermediários, enquanto as importações de bens de capital avançaram 9,9% no acumulado do ano, e as compras de bens de consumo subiram 17,2%.