A inflação oficial do Brasil registrou um índice de 0,24% no mês de outubro, conforme divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este valor é ligeiramente inferior ao índice de setembro, que foi de 0,26%. No acumulado do ano, a inflação atinge 3,75% e, olhando para os últimos 12 meses, o índice é de 4,82%.
Entre os fatores que mais influenciaram este resultado está o aumento significativo no preço das passagens aéreas, que subiram 23,70%. Segundo André Almeida, gerente da pesquisa no IBGE, este aumento pode estar associado a variáveis como o custo elevado do querosene de aviação e a maior demanda por viagens devido às férias de fim de ano.
Além das passagens aéreas, o grupo de transporte também foi impactado pela queda nos preços da gasolina, do gás veicular e do etanol, que ajudaram a moderar a inflação do setor. A gasolina, em particular, apresentou uma redução de 1,53% em seu preço, sendo o item com maior impacto negativo no índice geral.
No segmento de alimentação e bebidas, após quatro meses de deflação, houve um aumento nos preços. Produtos como batata-inglesa, cebola, frutas, arroz e carnes foram os principais responsáveis por este crescimento. André Almeida aponta que fatores como a menor oferta de arroz devido à entressafra e a maior demanda de exportação, assim como o aumento das chuvas afetando a colheita de batata e cebola, foram determinantes.
Por outro lado, o grupo de comunicação foi o único a registrar deflação, com uma queda de 0,19%, devido principalmente à redução nos preços dos aparelhos telefônicos e dos planos de telefonia fixa.
A inflação acumulada nos últimos 12 meses supera a meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 3,25% com uma margem de tolerância. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação para famílias com renda de até 40 salários mínimos, continua sendo um importante indicador da economia do país.