Na última quinta-feira (9), o episódio mais recente da saga sobre a correção do FGTS e seu impacto nas construtoras teve uma reviravolta. O Ministro Cristiano Zanin, do STF, pediu vista, postergando o julgamento da ação que questiona a constitucionalidade da correção do FGTS. Apesar de o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, ter incluído o processo como o primeiro item da pauta, pressões do governo e partes interessadas resultaram no adiamento.
O governo expressa receios quanto aos impactos no financiamento imobiliário, enquanto construtoras alertam para possíveis efeitos na capacidade de compra da população de baixa renda. O julgamento, iniciado em abril, teve seus desdobramentos. Barroso propôs uma modulação: depósitos existentes receberiam os lucros totais do fundo, enquanto novos depósitos, a partir de 2025, teriam a mesma remuneração da poupança. O pedido de vista de Zanin adiou a decisão por até 90 dias. O mercado reagiu, com ações de construtoras oscilando, e analistas destacando cenários e impactos no longo prazo. No setor imobiliário, a mudança em discussão poderia tornar inviável o uso do FGTS no financiamento de moradias populares.
O julgamento teve repercussões no mercado, especialmente nas ações das construtoras, que experimentaram variações voláteis. A modulação sugerida por Barroso e o pedido de vista foram interpretados como aspectos positivos. O Itaú BBA salientou a improvável interferência no programa habitacional a curto prazo e proporcionou mais tempo ao governo para planejar alternativas. O BTG Pactual considerou a mudança superior à proposta inicial, adiando os impactos no FGTS. O Santander avaliou positivamente a aplicação do índice de remuneração a partir de 2025. Os analistas têm opiniões conflitantes, mas a visão predominante é de um mercado precificando o pior cenário.