Um novo estudo da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgado nesta quarta-feira revela que as concentrações atmosféricas de gases do efeito estufa atingiram níveis sem precedentes. Segundo a agência da ONU, em 2022, as concentrações médias globais de dióxido de carbono (CO2) ultrapassaram em mais de 50% os níveis pré-industriais. Dessa forma, alcançando o pico de 417,9 ppm (partes por milhão).
A OMM destaca que esse aumento tem implicações severas, manifestando-se em fenômenos meteorológicos extremos e elevação do nível do mar. A onda de calor atípica no Brasil é citada como exemplo. O Secretário Geral da OMM, Petteri Taalas, lamenta que, apesar de décadas de alertas científicos, a trajetória ambiental global persiste na direção errada. O relatório ainda ressalta a importância da Vigilância Mundial de Gases de Efeito Estufa, programada para operar em 2028, visando monitorar continuamente as emissões.
Se as concentrações de dióxido de carbono continuarem a crescer, a OMM adverte que a temperatura global aumentará, mesmo com redução rápida de emissões, devido à persistência prolongada do CO2 na atmosfera. Com menos da metade das emissões de CO2 permanecendo na atmosfera, o oceano absorve cerca de um quarto, e ecossistemas terrestres, como florestas, aproximadamente 30%, destaca o relatório. A Vigilância Mundial de Gases de Efeito Estufa buscará fornecer dados detalhados para aprimorar políticas de redução de emissões.