O resultado das eleições presidenciais na Argentina trouxe um novo impulso aos mercados financeiros, com a vitória de Javier Milei refletida no aumento das ações do Global X MSCI Argentina ETF (ARGT). As ações do ARGT, negociadas em Nova York, subiram mais de 12% no pré-mercado e mantiveram a alta após a abertura das bolsas, atingindo US$ 47,12 às 11h45 (horário de Brasília).
Para Luan Alves, gestor de portfólio da VG Research, essa alta era prevista, pois o mercado não havia totalmente precificado a vitória de Milei, mesmo ele sendo o favorito na disputa. “Neste momento inicial, a volatilidade é natural. Propostas alinhadas ao pensamento neoliberal, como as de Milei, tendem a ser bem recebidas, reduzindo riscos e melhorando expectativas para os negócios”, afirma Alves.
Milei, em entrevista à rádio Mitre, reafirmou seu compromisso com uma solução para a dívida dos títulos públicos argentinos e a privatização de empresas estatais, citando a YPF e outras companhias de comunicação. Os recibos de ações da petroleira, negociados em Nova York, subiram 35% ao preço de US$ 14,52 às 12h (horário de Brasília).
A valorização da bolsa argentina, S&P Merval, e das ações locais serão avaliadas na hoje, terça-feira, (21), devido ao feriado do Dia da Soberania Nacional, que interrompeu as negociações nesta segunda.
Apesar dos números positivos, Alves destaca o alto risco do país. O S&P Merval acumula alta de 219% no ano, enquanto o ETF ARGT registra ganhos de 24,76%. “O país é extremamente arriscado, com problemas nos títulos devido aos defaults consecutivos e margens apertadas em várias empresas”, explica o gerente de portfólio.
O câmbio argentino reflete essa instabilidade, com a relação entre peso e dólar atingindo 1.000 pesos argentinos para um dólar antes das eleições, evidenciando a volatilidade econômica no país.