Alta na recuperação do mercado de capitais brasileiro

Em um cenário econômico animador, o “mercado de capitais em outubro” evidencia uma trajetória de recuperação notável no Brasil. As emissões nesse mês alcançaram um alto volume de R$ 46,1 bilhões, posicionando outubro como o terceiro mês com maior volume de emissões em 2023. Esse resultado fica atrás apenas de setembro e junho, com respectivos volumes de R$ 57,8 bilhões e R$ 46,7 bilhões, e marca um aumento de 8,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Apesar de um início de ano mais lento, com o volume captado nos primeiros dez meses ficando 24,4% abaixo do mesmo período de 2022, totalizando R$ 337,3 bilhões, outubro se destacou positivamente. As debêntures foram um dos principais impulsionadores desse crescimento, somando R$ 28,5 bilhões e registrando um aumento de 24,8% em relação a outubro de 2022.

Além disso, o prazo médio das debêntures subiu para 8,9 anos, superando significativamente os 6 anos contabilizados no ano passado. As debêntures incentivadas, focadas em financiamento de projetos de infraestrutura, apresentaram um prazo médio ainda mais longo, de 14,4 anos.

Outro destaque foi o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), que atingiu R$ 6,1 bilhões em emissões, o maior valor de 2023, e um aumento de 75% em comparação a outubro de 2022. Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) também apresentaram bons resultados.

Nos produtos híbridos, os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) tiveram um desempenho excepcional em outubro, com ofertas somando R$ 3,7 bilhões, mais que o dobro do montante do mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, os FIIs registraram um aumento de 39,9%.

“Este panorama mostra que o mercado de capitais brasileiro está em uma fase de recuperação significativa, impulsionada por um aumento nas emissões de debêntures e um interesse crescente em CRAs e outros instrumentos financeiros. A tendência positiva em outubro sinaliza um fortalecimento geral do mercado financeiro do país”, comentou Jackson Pereira Jr., articulista de negócios do Economic News Brasil.