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Déficit primário e dívida do Brasil: um desafio contínuo

Alberto Ramos alerta sobre a insuficiência do plano fiscal brasileiro para estabilizar a dívida pública, mesmo com metas otimistas.
(Goldman Sachs/Divulgação)

Alberto Ramos, Diretor de Pesquisa Econômica para América Latina do Goldman Sachs, expressou preocupações significativas durante uma entrevista à CNN. Ele ressaltou que, apesar dos esforços do Ministério da Fazenda do Brasil, a trajetória atual de déficit primário não será suficiente para estabilizar a crescente dívida pública do país.

O Ministério da Fazenda prevê a eliminação do déficit primário até 2024, com a expectativa de alcançar um superávit de 0,5% do PIB em 2025, aumentando para 1% em 2026. Contudo, mesmo com estas metas ambiciosas, a relação dívida/PIB do Brasil, que atualmente está em 75%, permanecerá elevada. Ramos enfatiza a necessidade de elevar o superávit primário para 2% ou 2,5% do PIB, argumentando que manter a dívida em um nível alto deixa o país vulnerável a choques macroeconômicos.

O resultado primário, que exclui os juros sobre a dívida, não é suficiente para reduzir efetivamente o estoque da dívida. Segundo Ramos, a meta “sonhada” pelo Ministério da Fazenda dificilmente será alcançada, com o mercado projetando déficits contínuos.

Além disso, o controle das contas públicas e as perspectivas de crescimento econômico são vitais para aproximar o Brasil do grau de investimento. Embora as agências de classificação de risco tenham melhorado o rating do Brasil este ano, Ramos acredita que o país ainda está distante de atingir esse objetivo.

Ele também observa que o crescimento potencial do PIB do Brasil é baixo e que a dinâmica de crescimento tímida é uma característica das últimas duas décadas. Ramos sugere várias reformas para impulsionar o crescimento, incluindo maior abertura comercial, redução da carga tributária, e aumento do investimento público.

Finalmente, Ramos comenta sobre a eleição de Javier Milei na Argentina, destacando o cenário de incertezas e desequilíbrio macroeconômico do país. Ele acredita que a Argentina não está contribuindo como poderia para a economia da América Latina e vê os desafios enfrentados por Milei como complexos e potencialmente dolorosos.

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