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Casas Bahia registrou baixa de 80% em 2023

Declínio nas ações da varejista gera incertezas e cautela entre investidores

Casas Bahia registrou baixa de 80% em 2023
(Foto: Casas Bahia/Divulgação)
Casas Bahia registrou baixa de 80% em 2023
(Foto: Casas Bahia/Divulgação)

A varejista Casas Bahia, representada pelo código de ações BHIA3, enfrenta um cenário adverso ao registrar uma significativa baixa de 80% ao longo de 2023. O ano se revelou desafiador para a empresa, marcado por prejuízos sucessivos, elevado endividamento e um contexto de incertezas quanto à sua capacidade de superar desafios internos e retomar o crescimento com rentabilidade.

O impacto negativo nas ações da Casas Bahia começou a se evidenciar após a conclusão da oferta subsequente de ações (follow on) em setembro. Na ocasião, a varejista aceitou um desconto de quase 60% sobre o preço pré-follow on para ações que já estavam fortemente desvalorizadas. Adicionalmente, a empresa enfrentou, por duas vezes em 2023, votações de credores para vencimento antecipado de dívidas, agravando sua situação de liquidez, embora a antecipação não tenha se concretizado.

Casas Bahia: investimentos em 2024

O panorama para 2024 mantém-se cauteloso, conforme indicado por analistas do BB Investimentos. Após o grupamento, a XP reiterou recomendação neutra e estabeleceu um preço-alvo de R$ 17,70 por ação. Os desafios incluem um ambiente competitivo acirrado, taxas de juros persistentemente elevadas e riscos de execução no plano de transformação da empresa.

Embora a perspectiva para o setor varejista como um todo seja mais otimista em 2024, com a inflação em queda e o consumidor recuperando espaço na renda, o futuro específico da Casas Bahia permanece incerto. Em entrevista ao MoneyTimes, o analista Fernando Ferrer ressaltou a necessidade de um “turnaround” para iniciar um processo de recuperação, algo desafiador dadas as operações de margens baixas, alto endividamento e a concorrência crescente de gigantes como Mercado Livre e Amazon.

Diante desse contexto, a Empiricus Research mantém uma recomendação neutra para as ações BHIA3. Ferrer destacou a volatilidade do papel e a persistência de ceticismo entre os investidores em relação à varejista. “Trata-se de uma empresa de operação muito grande de margens baixas, mas faturamento alto e ainda endividada. Se fosse menor seria muito mais fácil”, comenta.