Além da diminuição na quantidade de cheques utilizados, a Febraban também observou uma queda no valor financeiro total desses cheques. Em 2023, o valor total dos cheques compensados foi de R$ 610,2 bilhões. Essa quantia representa uma redução de 70,18% em relação a 1995. Assim como, representa uma diminuição de 8,5% em comparação a 2022, quando o valor alcançou R$ 668,8 bilhões.
Em relação aos cheques devolvidos, houve uma queda de 7,9% em 2023 em relação ao ano anterior, totalizando 18 milhões de cheques. É uma redução expressiva, uma vez que, eles representavam 10,67% do total de cheques compensados no país. Os motivos para a devolução incluem falta de fundos, irregularidades ou erros de preenchimento.
Em relação especificamente aos cheques devolvidos por falta de fundos, houve uma diminuição de 9% de 2022 para 2023, caindo de 15 milhões para 13,6 milhões. Este número é bastante inferior aos 56,8 milhões registrados em 1997.
Influência dos meios de pagamento digitais
A Febraban atribui a tendência de queda no uso de cheques ao crescimento dos meios de pagamento digitais. Entre os pagamentos, destacam-se o internet banking, o mobile banking e, principalmente, o Pix, introduzido em 2020.
De acordo com Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban, a pandemia impulsionou o uso desses canais digitais que estão sendo cada vez mais utilizados.
“A pandemia estimulou o uso dos canais digitais dos bancos e, hoje, quase 8 em cada 10 transações bancárias realizadas no Brasil são feitas em canais digitais, como o mobile banking e internet banking (77%). Soma-se a isso a preferência dos brasileiros pelo Pix, que vem se consolidando como o principal meio de pagamento utilizado no país”, informou o diretor-adjunto à Agência Brasil.
Ainda segundo a Febraban, apesar da queda no volume de cheques, o valor médio por cheque aumentou de R$ 3.257,88 em 2022 para R$ 3.617,60 em 2023. Isso indica uma tendência dos brasileiros em optar por cheques em transações de valores mais elevados.