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Soja da Argentina em queda e importações do Brasil em ascensão

Bolsa de Comércio de Rosários revela queda na produção de soja

Bandeira da Argentina
Bandeira da Argentina (Angelica Reyes/Unsplash)
Bandeira da Argentina
Bandeira da Argentina (Angelica Reyes/Unsplash)

A Bolsa de Comércio de Rosário divulgou um relatório revelando que a indústria argentina de esmagamento de soja enfrentou desafios significativos no ano passado, com uma grande queda na produção de soja e um aumento nas importações. Os números refletem a difícil situação enfrentada pelo setor durante a safra 2022/23.

Em 2023

A Argentina esmagou cerca de 27 milhões de toneladas de soja, o que representa uma queda impressionante de quase 30% em comparação com o ano anterior, quando foram processadas 38 milhões de toneladas. A redução na produção de soja se deve, em grande parte, a uma queda de mais de 56% em relação ao ciclo anterior.

Uma das consequências diretas dessa diminuição na produção foi o aumento significativo nas importações de soja em grão pela Argentina. Em 2023, as importações argentinas de soja mais do que triplicaram em comparação ao ano anterior, atingindo a marca de 10,4 milhões de toneladas.

Brasil

O Brasil desempenhou um papel crucial nas importações de soja pela Argentina, representando 39% do total, o que equivale a 4,1 milhões de toneladas. Em contraste, no ano anterior, a participação brasileira nas importações argentinas era de apenas 9%. O aumento na dependência do mercado brasileiro de soja é um indicativo da escassez da matéria-prima na Argentina.

Um dado alarmante no relatório da bolsa é que a soja importada correspondeu a uma parcela recorde de 36% do total esmagado em 2023, um salto significativo em relação aos 8% do ano anterior. Portanto, demonstra a necessidade de importação para suprir a demanda local por soja.

Além disso, a indústria de esmagamento de soja na Argentina encerrou o ano passado com uma capacidade ociosa recorde, atingindo a marca de 54%. De acordo com a bolsa, sem as importações, a ociosidade teria alcançado impressionantes 69%. Afinal, o alto nível de ociosidade ressalta a difícil situação enfrentada pelos produtores locais de soja e a necessidade de soluções para impulsionar a produção e reduzir a dependência das importações.