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Copom pode reduzir Selic para menor valor em quase dois anos

Copom avalia corte na Selic para 11,25% diante de cenário econômico

Dívida bruta do Brasil atinge 76% do PIB em abril
(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil).
Dívida bruta do Brasil atinge 76% do PIB em abril
(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil).

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se prepara para sua primeira reunião de 2024, com os olhares do mercado financeiro voltados para a possível redução da taxa Selic. A expectativa é que ocorra um corte de 0,5 ponto percentual, o que ajustaria a taxa para 11,25%, marcando o menor patamar em quase dois anos. Esta antecipação de que o Copom pode reduzir a Selic se baseia em sinais prévios do Banco Central (BC) e na análise do cenário econômico atual.

Inflação e política fiscal

O cenário econômico apresenta motivos para otimismo. A inflação, medida pelo IPCA, encerrou o ano de 2023 com um acumulado de 4,62%, ficando dentro do intervalo estabelecido pela meta inflacionária. Para 2024, as expectativas do mercado, compiladas no Boletim Focus, indicam uma inflação de 3,86%, ainda dentro do limite de tolerância estabelecido pelo Banco Central. Esse controle inflacionário, aliado a uma política fiscal responsável e à redução das taxas de juros internacionais, especialmente nos Estados Unidos, contribui para o ambiente que favorece a redução da taxa Selic.

Riscos e preocupações

Entretanto, existem preocupações que moderam o ímpeto por cortes mais acentuados na taxa de juros. O BC mantém uma postura cautelosa, atento ao risco de crescimento nos empréstimos subsidiados. Em especial os concedidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O aumento desses empréstimos pode diminuir a eficácia das políticas monetárias, exigindo taxas de juros mais elevadas no crédito livre para conter pressões inflacionárias.

Além disso, o recente plano de incentivo à indústria anunciado pelo governo levantou preocupações. Há o receio de que este plano sinalize um retorno às políticas de crédito subsidiado em larga escala, similares às observadas em governos anteriores. Em outras palavras, esse fator adiciona uma camada de incerteza quanto ao futuro da política monetária e seus efeitos sobre a economia.

Perspectivas do mercado

O mercado, por sua vez, projeta uma continuidade nos cortes da taxa Selic. As expectativas de reduções são de meio ponto até pelo menos agosto, conforme indicado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Essa projeção depende da manutenção das condições econômicas favoráveis e das decisões futuras do Copom, que agora inclui novos membros indicados pelo atual governo.