Um aumento dramático na demanda por alimentos está desafiando o refeitório comunitário de Sal de la Tierra em Villa Fiorito, em Buenos Aires. Portanto, destaca os impactos da crise econômica que afeta a Argentina. O refeitório, que historicamente contava com 20 quilos de macarrão para alimentar dezenas de famílias, agora se vê obrigado a preparar 30 quilos semanalmente, devido ao crescente número de pessoas com fome.
Maria Torres, cozinheira voluntária, expressa a preocupação: “Há cada vez menos para dar e cada vez mais fome“, disse ela em entrevista à Reuters. Atualmente, o refeitório atende cerca de 70 famílias, um aumento em relação aos meses anteriores.
Os dados divulgados pela agência de estatísticas da Argentina revelam uma inflação anual de 254%. No entanto, a taxa de inflação caiu para 20,6% em janeiro, comparado a 25,5% em dezembro de 2023. O leve declínio é ligeiramente menor do que as previsões. O aumento inflacionário, segundo analistas, foi exacerbado pelas políticas do presidente Javier Milei, resultando em uma desvalorização do peso e cortes nos subsídios públicos.
Embora o governo de Milei antecipe uma queda gradual da inflação nos próximos meses, economistas alertam que a pobreza, atualmente em 40%, pode agravar-se antes que a economia se estabilize. As previsões para a inflação permanecem sombrias. Sendo assim, as expectativas de altas contínuas no primeiro semestre de 2024, antes de possíveis melhorias no segundo semestre, impulsionadas pelo aumento da recessão.
Enquanto isso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta uma contração de 2,5% na economia argentina para o ano de 2024, aumentando as preocupações sobre o impacto duradouro da crise econômica no país.