Em 1999, Marcos Galperin, enquanto finalizava seu MBA na Universidade Stanford, redigiu o plano de negócios do Mercado Livre. A operação na Argentina começou em agosto de 1999, marcando o início das atividades da empresa na América Latina. Ainda no mesmo ano, o Mercado Livre expandiu para o Brasil, sob a liderança de Stelleo Tolda. Desde então, a empresa argentina, com sede no Uruguai, tem presença em 18 países e emprega cerca de 30 mil pessoas. Em 2023, a Time incluiu a Mercado Livre em sua lista das 100 empresas mais influentes do mundo.
Investimentos e Crescimento
O crescimento inicial do Mercado Livre foi impulsionado por dois importantes aportes de capital. O primeiro, em novembro de 1999, totalizou US$ 7,6 milhões, com investidores como J.P. Morgan Partners e Flatiron Fund. Em maio de 2000, a segunda rodada de investimento arrecadou US$ 46,7 milhões, com contribuições significativas de Goldman Sachs e GE Capital Equity Investments, entre outros.
Desafios no Cenário Atual
O Cofece (Federal Economic Competition Commission), regulador antitruste do México, divulgou na última terça-feira (13) um relatório preliminar expressando preocupações com a falta de concorrência no mercado de e-commerce, com o domínio da Amazon e do Mercado Livre, que juntos controlam mais de 85% das transações. Conforme publicado pelo Infomoney, o documento ressalta a dificuldade para novos entrantes devido aos efeitos de rede, altos custos tecnológicos e operacionais, e o fenômeno de “singlehoming”.
A COFECE é uma agência governamental do México, encarregada de supervisionar e intervir em práticas que comprometem a concorrência. O órgão, formado por um colegiado de cinco integrantes, faz parte da Secretaria de Economia.
Recomendações do Cofece
Para enfrentar essa concentração de mercado, o Cofece sugeriu ao governo que ordene às empresas a adoção de medidas corretivas em seis meses, focando em maior transparência e separação dos serviços de streaming das operações de marketplace.
Posição do Mercado Livre
O Mercado Livre, analisando o relatório, expressou sua disposição para cooperar, mas destacou que uma resolução formal do Cofece não resultaria automaticamente em sanções econômicas, visto que não há uma investigação ativa sobre práticas monopolistas.