O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou hoje um apoio ao programa brasileiro para proteção cambial de investimentos verdes. O valor é de US$ 5,4 bilhões (R$ 27 bilhões). Sendo assim, o montante será distribuído em duas frentes: US$ 3,4 bilhões em derivativos e US$ 2 bilhões em linhas de crédito.
Ilan Goldfajn, presidente do BID, revelou os detalhes dessa operação em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira. Sob o nome de “Eco Invest Brasil”, o programa tem como objetivo viabilizar operações no mercado de capitais para empresas e investidores brasileiros captarem recursos no exterior, para impulsionar a transformação ecológica.
O BID atuará como intermediário na contratação de um banco internacional para fornecer o seguro cambial no Brasil. O Banco Central (BC) servirá como ponte entre o seguro oferecido pelo BID e os investidores dos projetos ecológicos.
Assim, o governo brasileiro vê essa parceria como estratégica para reduzir os custos de captação e ampliar a disponibilidade de fundos para projetos alinhados à transformação ecológica. Ilan Goldfajn enfatizou que o objetivo é aumentar os investimentos estrangeiros diretos para impulsionar a transformação ecológica no Brasil.
O programa, conhecido como “hedge cambial”, funciona como um seguro que cobre prejuízos causados por variações cambiais. De acordo com o Ministério da Fazenda, a iniciativa não visa interferir no mercado de câmbio. Portando, o objetivo é oferecer uma proteção específica para projetos de transição ecológica.
Para viabilizar o programa, o governo planeja editar uma Medida Provisória (MP) no âmbito do Fundo Clima, que estabelecerá a criação do programa e a linha de crédito necessária para a execução. A medida autorizará o Banco Central a realizar as operações que viabilizam as soluções de proteção cambial.