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Alemanha doa R$136 milhões para descarbonização industrial

Cooperação Brasil-Alemanha impulsiona projetos sustentáveis.

Bandeira da Alemanha
Bandeira da Alemanha (Foto: Ingo Joseph - Pexels)
Bandeira da Alemanha
Bandeira da Alemanha (Foto: Ingo Joseph - Pexels)

O governo da Alemanha anunciou uma doação de R$ 136 milhões (25 milhões de euros) para impulsionar projetos de descarbonização industrial brasileira, com especial atenção aos setores siderúrgico e cimenteiro. O governo da Alemanha formalizou a doação por meio de uma chamada pública, aberta a empresas de todo o mundo interessadas em apresentar propostas. Os dois países selecionarão os finalistas conjuntamente e os revelarão no final do ano.

A iniciativa está inserida no escopo da Iniciativa Internacional do Clima (IKI), uma linha de cooperação alemã revitalizada após mais de cinco anos sem chamadas bilaterais. O objetivo é que a iniciativa apoie as prioridades específicas do Brasil derivadas da Convenção-Quadro sobre a Mudança do Clima e do Acordo de Paris.

O vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, considerou a doação como um reforço aos esforços já em andamento no país em relação à descarbonização e transição energética. Ele mencionou programas como o Mover e o combustível do futuro, além de outras ações previstas na Nova Indústria Brasil.

A origem da chamada IKI remonta à COP28, quando o secretário de Economia Verde do MDIC, Rodrigo Rollemberg, se reuniu com representantes do governo alemão. Rollemberg destacou que o compromisso assumido naquela ocasião agora se concretiza, fortalecendo a cooperação entre os dois países na luta contra as mudanças climáticas.

A parceria Brasil-Alemanha para a descarbonização industrial é uma ramificação da Declaração Conjunta de Intenção assinada em dezembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo chanceler alemão, Olaf Scholz.

Direcionamento dos recursos 

Os recursos serão direcionados para projetos que promovam uma “profunda descarbonização” nos setores industriais intensivos em emissões de carbono, como siderurgia e cimento. Assim, tais projetos devem estar alinhados com as metas estabelecidas na NDC do Brasil, no Plano Setorial de Mudanças Climáticas para a Indústria e na Estratégia Nacional de Mudanças Climáticas.

Então, espera-se que os projetos apoiem uma transformação sistêmica dos setores industriais selecionados para a descarbonização, desenvolvendo capacidades tanto governamentais quanto no setor privado. Isso inclui a adequação com normas internacionais, adoção de tecnologias limpas, promoção da economia circular e melhoria da eficiência energética.

Estudos científicos 

Além disso, os recursos serão destinados para desenvolver estudos científicos, avaliar necessidades tecnológicas e criar modelos de negócios inovadores. Está previsto também o financiamento para atividades como eficiência energética, substituição de combustíveis fósseis e adoção de tecnologias disruptivas.

O acordo entre Brasil e Alemanha também prevê chamadas de financiamento para outras áreas, como combate ao desmatamento em biomas não amazônicos. Além disso, a promoção de cidades sustentáveis e resilientes, totalizando até 65 milhões de euros em investimentos.