LINHAO Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciará em breve uma nova linha de crédito, disponibilizando US$ 2 bilhões para auxiliar produtores rurais afetados por adversidades climáticas e queda nos preços internacionais. Essa iniciativa tem como alvo primordial os exportadores de soja, oferecendo-lhes um prazo de carência de dois anos, seguido de um período de três anos para quitação dos empréstimos.
De acordo com Neri Geller, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, os recursos advêm de captações internacionais, sem impactar o Tesouro Nacional. Ele informou que os juros serão de até 8,2%, valor consideravelmente mais acessível que as taxas de mercado. Geller mencionou que, embora o montante inicial seja de US$ 2 bilhões, há flexibilidade para aumentá-lo conforme a demanda. A linha de crédito visa ser simplificada, exigindo dos agricultores comprovação de perdas ou localização de suas propriedades em áreas declaradas em estado de emergência devido ao clima.
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Este anúncio ocorre em um momento crítico para o agronegócio brasileiro, em especial para a sojicultura, que enfrenta redução na safra. A Aprosoja Brasil, representada por seu presidente Antonio Galvan, prevê uma colheita de soja de 135 milhões de toneladas este ano, 20 milhões a menos que o ciclo anterior, afetando potencialmente as exportações. Galvan expressou preocupação com o endividamento dos produtores diante da baixa produtividade e dos preços em queda.
O Brasil, líder mundial em exportação e produção de soja, enfrenta desafios severos com variações climáticas adversas. Relatos indicam problemas de umidade inadequada para o plantio em várias regiões, enquanto excesso de chuvas prejudicou outras áreas. A Aprosoja Brasil estima que esses fatores contribuíram para uma redução de 21% na safra de Mato Grosso, além de perdas consideráveis em estados como Tocantins e Goiás, onde situações de emergência foram declaradas.
Além disso, a entidade destaca que o custo da saca de 60 quilos de soja caiu drasticamente, de R$ 190 em 2021 para cerca de R$ 80 em algumas regiões, limitando a capacidade de investimento dos produtores em suas lavouras. Esse cenário ressalta a importância da nova linha de crédito do BNDES, que busca oferecer um alívio financeiro aos agricultores, permitindo-lhes enfrentar melhor os desafios atuais do setor.