O empresário Dan Rotta, cidadão brasileiro, romeno e americano de 78 anos, está sendo acusado nos Estados Unidos de esconder mais de US$ 20 milhões em ativos para evitar o pagamento de impostos. Autoridades americanas informaram que Rotta utilizou bancos suíços, incluindo o Credit Suisse Group AG e o UBS Group AG, para disfarçar seus ativos durante um período de 35 anos. Ele foi preso em 9 de março, no Aeroporto Internacional de Miami, enquanto tentava embarcar para Barcelona. Após a detenção, um juiz federal determinou que Rotta fosse mantido sob custódia até uma nova audiência.
Esse caso traz à tona a violação de um acordo firmado em 2014 entre o Credit Suisse e o Departamento de Justiça dos EUA, que resultou no pagamento de US$ 2,6 bilhões para encerrar acusações de facilitação de evasão fiscal. De acordo com as autoridades, Rotta manteve cerca de duas dúzias de contas secretas entre 1985 e 2020. “Rotta obteve receitas substanciais desses ativos sem declarar corretamente ao IRS”, afirmou o Departamento de Justiça.
Rotta, residente de Fisher Island, Flórida, é acusado de conspiração para fraudar os EUA e de fornecer declarações falsas ao Internal Revenue Service (IRS). Se condenado, ele pode enfrentar até cinco anos de prisão por cada acusação. Entre as ações investigadas, estão transferências de fundos entre bancos suíços e o uso de contas em nome de terceiros para ocultar seus bens.
Histórico de evasão fiscal
As investigações sobre Dan Rotta começaram em 2011, quando o IRS descobriu que ele negava a propriedade de contas estrangeiras não declaradas. Em uma tentativa de evitar penalidades, ele tentou justificar transferências bancárias internacionais como “empréstimos não tributáveis”. Rotta chegou a envolver um primo do Brasil para corroborar falsamente suas declarações ao IRS. Mesmo participando de um programa de divulgação voluntária em 2019, ele apresentou informações enganosas às autoridades, prejudicando sua defesa.
Rotta construiu sua carreira no setor imobiliário e também na importação de produtos, como relógios e joias. Em 2013, ele foi condenado por outro crime: forçar o casamento de seu filho menor de idade. O caso de evasão fiscal atual não é o primeiro envolvendo o empresário, que já havia sido reportado pelo Miami Herald por práticas comerciais irregulares relacionadas à importação de relógios Seiko.