A família de Aloysio Faria, falecido em 2020, contratou uma assessoria financeira para facilitar a venda da La Basque, uma rede de sorveterias fundada pelo banqueiro. O interesse na venda surge embora o ativo represente uma pequena fração do patrimônio da família, carregando consigo um valor simbólico para Faria. A rede, focada no segmento premium, opera principalmente na região Sudeste do Brasil, mantendo 13 unidades em atividade.
Após a morte de Faria, suas filhas já haviam procedido com a venda de várias partes do grupo Alfa, incluindo o próprio banco Alfa, adquirido pelo grupo Safra. Entre os negócios desinvestidos estão o Hotel Transamérica e a C&C, uma rede de materiais de construção. No entanto, negócios como a Agropalma, voltada para a produção de óleo de palma, e a Águas Prata permanecem sob controle da família.
A La Basque nasceu em 1980, em Campinas, São Paulo, fruto do desejo de Aloysio Faria por sorvetes de alta qualidade. Tradicionalmente, a empresa focava na distribuição de seus produtos através de supermercados. Em 2022, anunciou uma mudança estratégica para o modelo de franquias, com o objetivo de abrir 20 novas unidades no primeiro ano e atingir um total de 100 em cinco anos, começando pela região Sudeste.
Atualmente, a rede tem unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O mercado de sorvetes no Brasil, segundo dados do Euromonitor Internacional, é promissor, com o faturamento das vendas no varejo alcançando R$ 16,4 bilhões em 2023. Apesar do aumento no faturamento, o volume de vendas tem apresentado queda, um reflexo do aumento nos custos de produção, armazenamento e transporte.
Anderson Rosa, pesquisador do Euromonitor, aponta que sorveterias independentes ganharam popularidade, acompanhando um interesse crescente por produtos de qualidade superior e sabores inovadores. Mikaely Correa, também pesquisadora, ressalta o desejo dos consumidores por experiências que vão além do produto, buscando ambientes agradáveis para o consumo de sorvetes.
Até o momento, a empresa não emitiu comentários sobre o processo de venda da La Basque. A situação reflete a dinâmica do mercado de sorvetes no Brasil, onde a demanda por qualidade e experiência autêntica continua a crescer, mesmo frente aos desafios econômicos que impactam o setor.