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PL proíbe reajuste de seguros de vida para pessoas maiores de 60 anos

Um projeto visa proibir reajustes em seguros de vida para maiores de 60 anos com mais de uma década de vínculo, promovendo estabilidade financeira.
reajuste de seguros
(Foto: Daria Obymaha/Pexels)

O número de idosos no Brasil está aumentando. De acordo com o IBGE, o total de pessoas com 65 anos ou mais no país chegou a 10,9% da população, alta de 57,4% em relação a 2010, quando esse contingente representava 7,4% da população. Em meio a esses dados um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados propõe a proibição de reajuste de seguros de vida para pessoas com mais de 60 anos e que mantenham vínculo com a mesma seguradora por mais de dez anos. O PL 754/24, que busca alterar o Código Civil, reflete um movimento por maior justiça tarifária na relação entre idosos e seguradoras.

Contextualização da proposta

O autor da proposta, deputado Jonas Donizette (PSB-SP), destaca que, atualmente, segurados idosos enfrentam aumentos substanciais nas parcelas do seguro de vida, que podem aumentar em cinco ou até em 10 vezes o valor inicial. Essa medida espelha uma regra similar vigente na Lei dos Planos de Saúde, visando fornecer a idosos a mesma proteção já concedida no âmbito da assistência à saúde.

Perspectivas e controvérsias

A proposta legislativa tem recebido opiniões divididas de especialistas. Alguns advogam pela sua necessidade de proteger financeiramente os idosos frente a reajustes considerados abusivos, enquanto outros alertam para possíveis impactos adversos no setor de seguros. A preocupação recai sobre a potencial seleção adversa de risco, que poderia afetar a sustentabilidade das ofertas de seguros de vida.

Implicações para o mercado de seguros

Especialistas ressaltam que o ordenamento jurídico brasileiro já contempla mecanismos para coibir reajustes etários excessivos. No entanto, a equiparação com os planos de saúde é vista com ressalvas devido às diferenças operacionais entre os dois tipos de seguros. Ainda assim, o projeto evidencia um debate necessário sobre a adequação das políticas de seguro às necessidades dos idosos.

Sua abordagem falha em reconhecer a complexidade do mercado de seguros, em que os prêmios devem refletir o risco individual, o que é crucial para a viabilidade do setor”, afirma o advogado Thiago Junqueira, do Chalfin Goldberg Vainboim Advogados. “Assim, embora busque proteger os idosos, o projeto pode inadvertidamente gerar uma seleção adversa do risco, afastando os jovens, aumentando o índice de sinistralidade e o valor cobrado dos seguros e comprometer a oferta de seguros de vida no Brasil

Tramitação e próximos passos

O projeto de lei segue em análise nas comissões de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados. Sua aprovação pode representar um marco na legislação de seguros, reforçando o compromisso com a proteção dos direitos dos consumidores idosos no Brasil.

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