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Intervenção não visou movimento do câmbio, diz presidente do BC

O presidente do BC esclarece que a recente intervenção cambial buscou evitar disfunções, não influenciar o câmbio.
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (Foto: Raphael Ribeiro/BCB).

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, explicou a intervenção no mercado de câmbio realizada na última terça-feira (2). Segundo ele, a medida não visava influenciar o câmbio diretamente. Campos Neto enfatizou a natureza flutuante do câmbio brasileiro e a necessidade de ações do BC apenas em casos de disfunções no mercado. A intervenção foi desencadeada pela proximidade do vencimento de um título NTN-A, vinculado à variação cambial, que poderia gerar distorções.

 “A gente tinha uma NTN-A que ia vencer que achava que era grande. A gente estava vendo que poderia ter uma disfunção no dia, foi feito uma intervenção”, afirmou. “A gente inclusive colocou isso no texto da intervenção. A gente entende que o câmbio é flutuante e o BC tem que fazer intervenções quando há disfuncionalidade na moeda. Se algum momento tiver, a gente vai fazer.”, explicou o presidente do BC.

Durante sua participação no Bradesco BBI Brazil Investment Forum em São Paulo nesta quarta-feira (3), Campos Neto enfatizou a solidez da posição externa do Brasil e a expectativa positiva com o ingresso de recursos da safra. Ele comparou favoravelmente a situação cambial do Brasil com a de outras economias emergentes, destacando a adequação das reservas internacionais do país.

 “A gente tem uma situação de reservas bastante boa comparado com outros países da americana latina e com o mundo emergente em geral. Entendo que, com fluxo forte e volume de reservas bastante razoável, o câmbio não deveria ser problema no Brasil”, disse.

Sobre o diferencial de juros, o presidente do BC mencionou sua visão de que tal diferencial permanece benéfico para o Brasil. No entanto, ele apontou para a importância do equilíbrio entre a remuneração oferecida e o risco percebido pelos investidores. Alterações na percepção de risco podem exigir ajustes na valorização da moeda nacional para manter o equilíbrio. “Se o seu risco percebido sobe com o mesmo diferencial de juros, aí sua moeda tem que se desvalorizar para compensar. A questão é se do lado do risco a gente teve alguma mudança nos últimos tempos ou não”, afirmou.

A explicação de Campos Neto visa esclarecer as motivações e os objetivos por trás das ações do BC, reafirmando o compromisso da instituição com a estabilidade do mercado financeiro, sem buscar afetar o valor do câmbio de forma direta. A ênfase na intervenção como uma medida de precaução contra disfunções específicas do mercado reforça a abordagem cautelosa e técnica adotada pelo BC na condução da política cambial do país.

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