Após extensas negociações e várias assembleias adiadas, a Oi conseguiu hoje (19) a aprovação necessária para seu plano de recuperação judicial durante uma assembleia que se estendeu por quase 14 horas em hotel na zona norte do Rio de Janeiro. Com 79,87% dos votos dos credores quirografários, representando 56,15% do valor total da dívida, o plano agora aguarda a ratificação da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
Detalhes do plano aprovado
O plano inclui a captação de um novo financiamento de até US$ 655 milhões para sustentar as operações da empresa até a conclusão da venda de ativos significativos. Adicionalmente, está prevista a venda da unidade de fibra da Oi, ClientCo, por um valor mínimo de R$ 7,3 bilhões e outros ativos que poderiam elevar os fundos para cerca de R$ 15 bilhões.
Plano de recuperação da Oi: implicações para os credores
Os credores que aderirem ao plano de reestruturação receberão 80% das ações da companhia, convertendo o perfil de dívida da Oi. O plano também estabelece que as dívidas de até R$ 100 mil serão pagas em até 45 dias, enquanto as maiores serão parceladas com deságio de 10% e pagamentos programados até março de 2026.
Estratégias de venda de ativos
Entre os ativos listados para venda está a participação da Oi na V.tal e o negócio de banda larga Oi Fibra. A empresa também planeja alienar ativos imobiliários como parte do esforço para sanar suas obrigações financeiras. O processo de venda da Oi Fibra está avançado, com propostas já sendo avaliadas.
Histórico e contexto da crise
A Oi, que entrou em recuperação judicial em 2016 com dívidas de R$ 65 bilhões, ainda lutava com um passivo significativo de R$ 44,3 bilhões antes dessa última aprovação. Este é o segundo plano de recuperação consecutivo enfrentado pela empresa desde o pedido inicial. O novo plano visa reduzir a dívida da Oi em cerca de 70%, equivalendo a aproximadamente R$ 10 bilhões.
Reação da gestão
A direção da Oi expressou otimismo com a aprovação do plano, destacando a importância deste passo para a sustentabilidade e operação futura da companhia. Thalles Paixão, diretor jurídico da Oi, afirmou que o plano garantirá a liquidez necessária para manter a empresa em funcionamento e cumprir com as obrigações propostas.