Vender uma empresa é um desafio complexo que exige não só uma preparação adequada mas também uma estratégia minuciosa para apresentar o negócio aos potenciais compradores. Felipe Argemi, sócio-fundador da Santis e especialista em Fusões e Aquisições, com mais de 15 anos de atuação, destaca a importância da preparação prévia como um diferencial para o sucesso da transação.
Preparação Para Negociação
Segundo Argemi, muitos empresários não dão a devida atenção à etapa inicial de preparação, o que pode ser decisivo para o sucesso ou fracasso da venda.
“Dependendo da desorganização e dos riscos que a empresa apresenta, a etapa de preparação pode levar alguns anos. Portanto, quanto antes o preparo começar, melhor”, afirma. Ele acrescenta que uma empresa bem preparada não só atrai mais interessados como também minimiza possíveis riscos pós-venda.
A fase de apresentação da empresa ao mercado é crucial. “É essencial apresentar a empresa, seus diferenciais, seus produtos, a sua relevância no mercado e seus diferenciais competitivos, além de destacar sua performance financeira e operacional. Saber como se apresentar adequadamente, falando a linguagem do comprador e chamando a atenção para os pontos de destaque da empresa, é fundamental para engajar potenciais interessados”, explica Argemi.
Confidencialidade
O processo de venda de uma empresa também envolve uma série de etapas confidenciais que precisam ser gerenciadas com cautela. O Acordo de Confidencialidade é essencial e deve ser firmado com todos os potenciais compradores para proteger informações sensíveis. Argemi ressalta a importância de ser criterioso na escolha de quem terá acesso a esses dados. “A seleção dos possíveis interessados deve ser criteriosa e as informações divulgadas aos poucos, conforme o processo evolui”, aponta.
A confidencialidade é estabelecida através de um acordo que obriga as partes envolvidas a manterem em segredo certas informações compartilhadas durante a realização de um projeto, negócio ou atividade acordada entre elas.
Uma vez que um potencial comprador mostra interesse, ele apresentará uma Proposta Não Vinculante. Se o vendedor aceitar, segue-se a fase de Due Diligence, onde o comprador audita a empresa, verificando riscos legais, trabalhistas, fiscais, tributários e contábeis.
“É justamente nessa fase que muitos negócios morrem. Afinal, se os riscos identificados durante a Due Diligence forem elevados ou, se devido à falta de organização, seja impossível realizar uma verificação adequada, a probabilidade da transação não ocorrer ou ocorrer por um valor muito inferior ao justo é muito alta”, revela Argemi.
Argemi enfatiza que, enquanto a oportunidade de venda não surge, os sócios se beneficiam de uma empresa mais saudável, com riscos reduzidos e uma melhor geração de dividendos. “Ou seja, os sócios enriquecerão mais ao longo dessa jornada”, finaliza, reforçando que estar preparado desde já é crucial para não desperdiçar a oportunidade quando ela surgir.
Com ampla experiência em diversos setores, como Tecnologia, Seguros, Saúde, Bancário, Educação, Imobiliário, Farmacêutico, Energia, Entretenimento, Mineração e Varejo, e uma carreira que inclui passagem pelo Itaú-Unibanco em M&A para o Middle Market e co-fundação da Capital Partners, Felipe Argemi é especialista em Fusões e Aquisições e Finanças Corporativas.