A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda divulgou novas projeções nesta quinta-feira, revisando para 2,5% a estimativa de crescimento do PIB para 2024. É superior aos 2,2% previstos anteriormente. A inflação esperada para o próximo ano também aumentou, passando de 3,50% para 3,70%.
Portanto, a nova previsão de crescimento do PIB não leva em conta os impactos das recentes chuvas no Rio Grande do Sul. A SPE afirmou que a magnitude desses impactos dependerá da ocorrência de novos eventos climáticos, transbordamentos para estados próximos e dos efeitos de programas de auxílio fiscal e crédito nas áreas afetadas. O Rio Grande do Sul, responsável por cerca de 6,5% do PIB brasileiro. O estado deve registrar perdas principalmente no segundo trimestre, parcialmente compensadas nos períodos seguintes.
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Para 2024, a SPE revisou as projeções para a agropecuária de -1,3% para -1,4%, e para a indústria, de +2,5% para +2,4%. Entretanto, a revisão para cima do setor de serviços, de +2,4% para +2,7%, compensou esses recuos. As atividades ligadas à agropecuária e à indústria de transformação, por serem mais representativas no PIB do Rio Grande do Sul, serão as mais afetadas na medição da atividade nacional.
Desempenho econômico em 2023
Em 2023, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, impulsionado por uma safra recorde de grãos e fortes resultados das indústrias extrativas, como petróleo e minério de ferro. A SPE atribuiu a melhora na projeção do PIB de 2024 ao crescimento forte das vendas no varejo e dos serviços, aumento na geração de empregos e expansão das concessões de crédito. Além disso, teve uma maior contribuição do setor externo devido à depreciação cambial. A recuperação do investimento, baseada na expansão da construção civil e no crescimento das importações de bens de capital, também foi um fator positivo.
Projeções para 2025
A projeção de crescimento do PIB brasileiro para 2025 permanece em 2,8%, o mesmo nível estimado no boletim de março. As previsões da SPE são mais otimistas que as do mercado, que espera uma alta de 2,09% em 2024 e de 2,00% em 2025, conforme o boletim Focus do Banco Central.
A inflação, medida pelo IPCA, subiu para 3,70% em 2024. No boletim anterior, o resultado foi de 3,50%. Para 2025, a previsão é de 3,20%, contra 3,10% previstos em março. A SPE incorporou os impactos das chuvas no Rio Grande do Sul aos cálculos, explicando que o aumento na inflação reflete os efeitos da depreciação cambial nos preços livres e o impacto das chuvas na oferta e nos preços de produtos in natura, como arroz, carnes e aves.
Os dados atualizados pela SPE servem como base para o governo revisar a trajetória de receitas e despesas e projetar o cumprimento das regras fiscais do ano. A equipe econômica apresentará o documento com os prognósticos fiscais na próxima semana. Os dados são avaliados a cada dois meses. Em março, a Fazenda apontou a necessidade de bloquear R$ 2,9 bilhões do Orçamento para cumprir o limite de despesas do arcabouço fiscal. No entanto, as contas dentro da margem de tolerância da meta fiscal.