O dólar à vista fechou a sexta-feira (17) em baixa ante o real, influenciado por uma série de fatores, incluindo comentários sobre juros do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, venda de moeda por parte de exportadores e a queda da moeda norte-americana no exterior. A cotação encerrou o dia a R$ 5,101 na compra e R$ 5,102 na venda, acumulando uma baixa semanal de 1,06%.
A queda do dólar teve um impulso após a entrevista de Roberto Campos Neto ao Estadão, onde ele afirmou que não poderia antecipar novos cortes da taxa básica Selic, atualmente em 10,50% ao ano. Ele também destacou que o Banco Central precisa de tempo e serenidade para avaliar as variáveis econômicas antes de tomar novas decisões. As declarações contribuíram para um fortalecimento do real, visto que a manutenção de taxas de juros elevadas torna o Brasil mais atrativo ao capital internacional.
Outro fator que pressionou o dólar para baixo foi a atuação dos exportadores, que aproveitaram as cotações mais elevadas para vender a moeda. A oferta adicional de dólares ajudou a conter a valorização da divisa americana.
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Assim, durante a tarde, o dólar renovou mínimas no Brasil, acompanhando a tendência de queda no exterior, onde cedia ante outras divisas. Especificamente, o real foi beneficiado pela alta do minério de ferro no mercado internacional, reflexo dos esforços recentes da China para sustentar o setor imobiliário, favorecendo um grande exportador como o Brasil.
Tragédia no Sul do Brasil
Apesar da predominância de fatores que levaram à queda do dólar, havia certa cautela no mercado em relação aos impactos econômicos do desastre provocado pelas chuvas no sul do país. A preocupação permeou tanto as negociações com juros futuros quanto as operações com moedas.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de julho, contribuindo para a estabilidade do mercado de câmbio.
Cotação Máxima e Mínima
No início do dia, o dólar registrou a cotação máxima de 5,1391 reais (+0,16%) às 9h00. Contudo, ao longo do dia, a moeda americana perdeu força gradativamente, marcando a cotação mínima de 5,1011 reais (-0,58%) às 16h45, próximo do fechamento.
Às 17h14, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,03%, a 104,470.
Por fim, a semana terminou com o dólar em baixa. A moeda encerrou o período marcado por declarações de Roberto Campos Neto, atuação dos exportadores e fatores internacionais. A cotação final de R$ 5,10 reflete uma combinação de influências domésticas e externas que continuam a moldar o mercado cambial brasileiro.