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Justiça condena Novonor a indenizar Braskem em mais de R$ 8 bi

TJSP condena Novonor a pagar mais de R$ 8 bi à Braskem por abuso de poder de controle. Decisão é resultado de ação iniciada em 2018.
Braskem
(Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

Em 2018, José Aurélio Valporto de Sá Júnior, acionista minoritário da Braskem, impetrou uma ação contra a Novonor, antiga Odebrecht, por abuso de poder de controle. Pouco depois, Lirio Parisotto, o maior acionista minoritário da petroquímica na época, juntou-se ao processo como assistente litisconsorcial. A ação alegava que a Odebrecht exerceu o poder de forma abusiva. Assim, causou danos à Braskem em três situações específicas.

A primeira situação foi o desvio de R$ 513 milhões do caixa da Braskem para o pagamento de propinas a autoridades e executivos da Petrobras. O desvio foi revelado nos acordos de leniência da Odebrecht na Lava Jato. A segunda envolveu o pagamento de US$ 10 milhões aos detentores dos ADRs da Braskem devido à corrupção. Já a terceira situação referia-se ao pagamento de R$ 3,1 bilhões em sanções pecuniárias que, segundo a ação, as controladoras não assumiram, prejudicando o patrimônio social da Braskem e dos acionistas minoritários.

 

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A Prisma Capital, uma gestora de investimentos alternativos com R$ 15 bilhões sob gestão, financiou a ação através de um tipo de investimento conhecido como litigation finance. O processo pedia que a Novonor indenizasse a Braskem pelos valores envolvidos, que somam hoje mais de R$ 8 bilhões, corrigidos pelo INPC.

Decisão Judicial

Depois de mais de seis anos de tramitação, o juiz Eduardo Palma Pellegrinelli proferiu a decisão na primeira instância do Tribunal de Justiça de São Paulo. O juiz considerou as ação dos minoritários procedente. Na sentença de 44 páginas, o juiz afirmou que as “rés reconheceram expressamente em seu acordo de leniência que foram as responsáveis pela criação do amplo, complexo e sofisticado esquema de corrupção.

A defesa da Novonor argumentou que os ganhos gerados pela corrupção deveriam compensar os valores gastos com essas práticas. No entanto, o juiz foi taxativo ao rejeitar esse argumento, afirmando que “o negócio da Braskem sempre foi e continuará a ser sólido e profícuo“. Além disso, atribuiu o sucesso da empresa ao comportamento ilícito das rés menospreza o potencial e o próprio mercado.

Além da indenização de mais de R$ 8 bilhões, o juiz determinou que a Novonor pague um prêmio de 5% do valor da condenação aos acionistas minoritários que entraram com a ação. Então, o valor é de aproximadamente de R$ 400 milhões. A Novonor também terá que arcar com 20% do valor da condenação para cobrir despesas processuais e honorários advocatícios, somando aproximadamente R$ 1,6 bilhão.

Portanto, a decisão cria um precedente histórico no mercado de capitais brasileiro, sendo a primeira ação por abuso de poder de controle que resultará em uma indenização. Outros dois julgamentos procedentes de ações desse tipo ocorreram, mas ambos se extinguiram antes de gerar indenizações.

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