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Por que a Petrobras perdeu R$ 55 bilhões em três dias?

Ações caem desde saída de Jean Paul Prates; analistas ainda recomendam compra

Petrobras
(Imagem: divulgação/Petrobras)
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(Imagem: divulgação/Petrobras)

Na última terça-feira (14), a Petrobras (PETR3;PETR4) foi impactada pela saída repentina de Jean Paul Prates da presidência da estatal. Desde então, as ações da companhia tiveram uma queda. A semana terminou com PETR3 caindo 12,60% e PETR4 caindo 11,76%, fazendo da estatal a segunda e terceira maiores quedas do Ibovespa, respectivamente. Nos três pregões seguintes à demissão de líder da empresa, a Petrobras perdeu R$ 55,8 bilhões em valor de mercado, fechando a sessão de sexta-feira com um valor total de R$ 492,6 bilhões.

A nova presidente indicada, Magda Chambriard, enfrenta desafios em atender às demandas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acelerar investimentos. A missão atribuída à nova gestão é fazer da Petrobras a principal indutora de emprego e renda no país, o que pode implicar em mais intervencionismo, endividamento e uma possível redução nos dividendos – tese que recentemente mantinha o otimismo sobre as ações.

Apesar das preocupações com uma potencial intervenção política, analistas do Goldman Sachs mantêm uma recomendação de compra para as ações da Petrobras. Eles consideram que os fundamentos da empresa e a forte geração de caixa prevista contrabalançam os riscos. Além disso, a governança melhorada pode dificultar alterações na alocação de capital e nas políticas de preços de combustíveis pela nova gestão.

Reações do mercado financeiro

Outras instituições financeiras, como Bradesco BBI e BTG Pactual, também mantiveram recomendações de compra para os ativos da Petrobras, mesmo após a saída de Jean Paul Prates. O BBI não acredita que Magda Chambriard tentará alterar políticas de preços e dividendos, evitando conflitos com a lei das empresas estatais do Brasil e com acionistas minoritários.

O BTG Pactual, por sua vez, reiterou a recomendação de compra. Assim o banco prevê que a Petrobras continuará a pagar dividendos em dois dígitos nos próximos anos. O BTG Pactual estima que a empresa deve pagar um Dividend Yield (DY) de 14,4% em 2024 e 10,9% em 2025, e manteve o preço-alvo para os ADRs (American Depositary Receipts) negociados em Nova York em US$ 19.

A XP Investimentos não projeta mudanças nos dividendos e nos planos de capex a curto prazo. No entanto, reconhece que a incerteza aumenta a percepção de risco entre os investidores. A reação dos mercados ao anúncio da nova gestão e a adaptação às mudanças será fundamental para o futuro desempenho da Petrobras.

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